Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo aponta a situação dos crimes políticos no Brasil; No Ceará, três casos se destacam entre as 40 mortes
Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que no Ceará, desde agosto de 1979, foram registrado 40 assassinatos com motivação política. O dado faz parte de uma reportagem intitulada “Sangue Político – as mortes nas disputas pelo poder na era democrática”, veiculada no sábado, 12.
Na Região Nordeste, o estado com maior número de mortes é Pernambuco, com 210 registros, seguido por Alagoas (112), Bahia (91), Maranhão (52), Rio Grande do Norte (52), Piauí (42), Ceará (40), Paraíba (31) e Sergipe (9). Em todo o Brasil, 1.133 pessoas foram vítimas de crimes por ambições políticas.
A reportagem foi realizada durante 17 meses, com levantamento de homicídios em Tribunais de Justiça dos Estados, nos acervos de entidades de direitos humanos, nos arquivos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), em delegacias de polícia e em cartórios. Além de entrevistas com delegados, familiares de vítimas, advogados, dentre outros, em 14 Estados. O período do levantamento parte de 28 de agosto de 1979, data em que entrou em vigor a Lei da Anistia e segue até agosto de 2013.
Casos no Ceará
Um dos crimes de destaque no Ceará, arquivado no Supremo Tribunal Federal (STF), é o processo de investigação ao deputado Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE) no caso da morte do ex-prefeito deAcaraú e primo de Aníbal, João Jaime Ferreira Gomes. O crime ocorreu em 1998, quando João Jaime era prefeito de Acaraú. Aníbal nega participação no crime, pelo qual seu irmão, o então vice-prefeito Amadeu Gomes, foi condenado.
A morte do vereador de Pacatuba (Região Metropolitana),Valdomiro Nascimento de Souza, de 35 anos, faz parte do levantamento. Morto a tiros em janeiro deste ano, o caso é retratado através do relato da delegada Milena de Morais, responsável pela prisão de grupo político envolvido no assassinato.
O município de Milagres também aparece com destaque nacional, por causa da morte de Iramilson Fernandes, assassinado em 2004, assassinado pelo segurança do então prefeito da cidade, Hellosman Sampaio, após discussão política. O segurança Geones Correia Lima ordenou que o grupo de jovens, dentre eles Iramilson, se ajoelhasse e, com revólver na mão, atirou na nuca de Iramilson. O caso ainda está no STF.
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