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Cagece terá que explicar falta d’água

O vazamento da adutora que suspendeu o abastecimento na zona Leste de Fortaleza já resultou em uma notificação à Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). O processo foi aberto pela Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor) e pode resultar em multa para companhia. A Cagece deve apresentar relatórios que expliquem a situação que continua a causar transtornos na Capital.

O Ministério Público também exigirá explicações à companhia, indicou o promotor do Meio Ambiente e Controle Urbano, José Filho. “O MP já está providenciando um pedido de explicação, queremos saber da Cagece o porquê disso e se já tinham conhecimento dessa possibilidade. Vamos agir o mais rápido possível”, comentou o promotor.

Em 2011, a Acfor aplicou 36 multas e 31 advertências escritas à Cagece por questões relacionadas ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário. As multas resultariam em mais de R$ 893 mil, no entanto, a maioria foi alvo de recurso e defesa por parte da Cagece. As multas estão sob nova análise da Acfor, informou autarquia.

A suspensão do abastecimento da zona Leste de Fortaleza foi necessária para que o reparo da adutora fosse realizado. Até hoje, alguns bairros continuam sem água nas torneiras com previsão para retorno ao longo do dia de hoje e de quinta-feira.

O diretor de saneamento da Acfor, Alessandro Siebra, explicou que a autarquia já realizou vistoria e notificou a Cagece. Agora, há de se esperar o prazo de 10 dias para que seja apresentada a defesa. Siebra apontou que, se a defesa não for pertinente, a Companhia será acionada e multada.

“O fato é grave e merece toda a atenção da companhia e da Acfor”, ressaltou o diretor de saneamento. Ele destacou que uma adutora com aquelas dimensões não deve romper desta forma e o caso, além do transtorno para a cidade, colocou em risco a integridade física das pessoas.

Até o fim da tarde de ontem, a assessoria da Cagece indicou que a notificação ainda não havia sido recebida. No entanto, o laudo que está sendo realizado pela equipe técnica da companhia será apresentado para Acfor no prazo dado (quando a notificação for recebida) e “apontará as causas do acidente e as providências tomadas”, afirmou a assessoria.

Também será realizado pela Cagece um estudo mais detalhado sobre as causas do rompimento da tubulação, ainda sem prazo para conclusão. Segundo a assessoria, um técnico da Companhia estava realizando o levantamento dos danos causados pelo vazamento para que as reparações fossem providenciadas.

Alísio Santiago, coordenador da Defesa Civil, comentou que foram indicados 14 imóveis prejudicados. Hoje, será entregue o relatório da Defesa Civil aos moradores e à companhia. “Ficaremos no aguardo sobre o prazo que a Cagece dará para checar o cumprimento. Caso seja descumprido, podemos encaminhar para o Ministério Público, mas tudo tem sido consensual com a companhia”.
 
ENTENDA A NOTÍCIA

O vazamento em uma adutora comprometeu a distribuição de água na zona Leste de Fortaleza. A Acfor enviou notificação à Cagece e o Ministério Público indicou que também pedirá explicações sobre o ocorrido. O processo aberto pela Acfor pode resultar em multa.

Serviço
Call center da Acfor para dúvidas e reclamações
0800 285 1919
Atendimento Cagece
0800 275 0195
Ouvidoria
3101 1735

Saiba mais

Em 2011, a Acfor registrou 743 ocorrências através do seu call center e 66 de forma presencial.

Já as notificações recebidas através do call center da Cagece chegaram a 14.092. Foram realizadas 115 mediações e 18 processos.

A Cagece indicou que os vazamentos podem ser ocasionados por fatores como o tráfego intenso de veículos, a falha nas proteções das linhas contra transientes hidráulicos, intervenções clandestinas nas redes e desgaste natural das tubulações.

O coordenador da Defesa Civil, Alísio Santiago, indicou que “a tubulação estava com capacidade de 80% e, caso fosse maior, poderia ter sido uma tragédia” pela pressão.

“Os bairros que sofrem com baixa de pressão, subdimensionamento da rede ou estão localizados em áreas chamadas de ponta de rede, como Potira, Caça e Pesca, José de Alencar, Quintino Cunha, entre outros, deverão demorar um pouco mais, podendo chegar em até 48 a 72 horas”, indicou a assessoria da Cagece.

Do Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz