Estado terá de fazer replantio de árvores derrubadas em uma área de 5,9 mil metros quadrados no bosque do quartel do 10º Dsup, do Exército
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) deverá ser punida e terá de fazer compensação ambiental porque derrubou ilegalmente mais de uma centena de árvores no bairro Dias Macedo. A Cagece, sem autorização da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), devastou uma área verde de 5,9 mil metros quadrados localizada no bosque do quartel do 10º Depósito de Suprimentos do Exército (10º Dsup).
Na semana passada, por meio de nota, a presidência da Cagece informou ao O POVO que haviam sido “retiradas apenas árvores de pequeno porte e vegetação rasteira, não havendo a necessidade de replantio”. E que a destruição, para que fossem viabilizadas obras do Sanear II, teria sido autorizada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Informação negada pela Semace.
De acordo com José Williams Souza, gerente de Controle Ambiental da Semace, o órgão apenas emitiu a licença ambiental (43/2014) da obra. Documento, segundo o executivo, que “não contempla autorização para o desmatamento e/ou limpeza dos terrenos” de uma área verde que está sob a responsabilidade de fiscalização da Prefeitura de Fortaleza. A licença, explica, é um certificado de que a obra poderia ser executada.
Para que parte da vegetação do bosque do quartel do 10º Dsup fosse suprimida de maneira sustentável, e se não houvesse outra alternativa, a Cagece deveria ter pedido autorização à Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). Recomendação feita, oficialmente, pela Semace.
Por meio da assessoria de imprensa, Águeda Muniz, executiva da Seuma, informou que “não recebeu pedido de Autorização para Supressão de Vegetação por parte da Cagece para a realização da obra citada”.
Na última quarta-feira (23/7), Águeda Muniz enviou uma equipe ao 10º Dsup para analisar a documentação e o tamanho do dano ambiental causado. Em nota, a secretária informou que, após a denúncia feita pelo O POVO, “a Cagece, em contato com a Seuma, já se mostrou interessada em regularizar tal situação”.
Ao contrário do que a Cagece afirmou, foram derrubadas espécies como carnaubeiras, angelins, pau d´arco, cajueiros, toréns… Todas de grande porte.
Saiba mais
Caso tivesse optado por fazer um desvio e não derrubar, por baixo, mais de 100 árvores no 10° Dsup, a Cagece aumentaria em R$ 7,5 milhões o valor da obra. Quantia considerada possível comparada a outras despesas do Governo do Estado. Para restaurar o Palácio da Abolição,por exemplo, gastou-se R$ 19,6 milhões.
Os R$ 7,5 milhões correspondem, também, ao pagamento de dois contratos de buffet e decoração para o gabinete do governador. Em 2013, pagou-se R$ 3,44 milhões.
Segundo matéria do o POVO em agosto de 2013, o valor bancaria em média, 390 eventos para 70 convidados.
Fonte: O Povo
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