Um ataque de abelhas na Praça da Igreja do Carmo, no Centro de Fortaleza, deixou sete pessoas feridas entre a noite de sexta-feira (30) e este sábado (31). A ocorrência foi registrada pelo Corpo de Bombeiros Militar. As pessoas ferroadas foram encaminhadas ao Instituto Dr. José Frota (IJF). Um dos feridos é integrante da corporação militar.
Até o fim da tarde deste sábado, dois pacientes ainda se encontravam em observação no hospital, enquanto os outros cinco já haviam recebido alta.
De acordo com o Major Daniel Landim, comandante da 1º Cia de Busca e Salvamento, a corporação foi acionada na sexta para fazer o reconhecimento do animal e foi constatado que se tratava de abelha africanizada, uma espécie modificada geneticamente, de DNA mais agressivo.
“Foi verificada a existência da colmeia, mas as abelhas estavam calmas e reunidas num local só. Porém, hoje no período da manhã, por conta da elevação da temperatura e bastante barulho no local, elas ficaram mais agitadas, chegando a atacar as pessoas”, explica o Major.
O comandante explica que os animais podem ter de ser sacrificados. “Na ação, os bombeiros fazem de tudo pra que não chegue ao ponto de precisar exterminar, pois se trata de um crime ambiental, mas infelizmente quando esse enxame vem causar danos à vida, temos que fazer o extermínio para preservar a vida humana”, relata o Major Landim sobre a retirada das abelhas, que deve acontecer na noite deste sábado.
O sacristão da Igreja do Carmo, João Marcos Rodrigues, conta que as abelhas vivem há alguns anos em um poste desativado próximo ao local e que a quantidade tem aumentado com o passar do tempo. “Já aconteceram outros ataques quando as pessoas saem da missa, mas ontem foi a primeira vez que aconteceu dessa forma”, relata.
“Foi um momento de desespero, as pessoas saíram correndo, foram pro outro lado da praça. Os bombeiros vieram ontem à noite e hoje de manhã”, diz.
Vítima com cerca de 150 ferroadas
A farmacêutica Karla Magalhães, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do IJF, prestou atendimento às pessoas atacadas e conta que uma delas chegou em estado grave, outra em situação moderada e as outras cinco em estado leve. A rápida condução ao hospital foi essencial para que as intervenções fossem feitas a tempo, de acordo com ela.
“Essa variação da gravidade depende de fatores relacionados ao paciente, da sensibilidade de cada um, e também pelo número de picadas. Esse que chegou mais grave, eu contei uma média de 130 a 150 picadas”, explica.
Conforme a profissional, o atendimento dos pacientes foi feito a partir de uma técnica de suportes, com corticoterapia e medicamentos anti-histamínicos para prevenir as reações alérgicas. “Apesar de não termos ainda o soro contra o veneno das abelhas, conseguimos recuperar bem todos os pacientes”, afirma.
Cuidados e recomendações
Por ter uma toxina bastante potente que pode levar a falência renal, problemas musculares e mesmo a morte, Major Landim recomenda que, em casos como esse, deve ser feito o isolamento do local e acionar o Corpo de Bombeiros. Não se deve mexer nos animais para evitar que aconteça algo mais grave.
Karla, por sua vez, orienta que não se deve puxar os ferrões de forma manual. “Use um papel ou um cartão de crédito rente à pele, para que não se rompa a bomba de veneno, pois ela fica 40 minutos pulsando e injetando o veneno. Se você puxa, a bolsa é rompida e toda a toxina é jogada de uma vez só”.
Fonte: G1-CE
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