A vereadora acusa João Alfredo de “centralizar” processo de eleição da Executiva do partido, limitando eleição de pessoas que não fossem ligadas ao vereador. O vereador se disse surpreso com acusações e rejeita interferir no processo
Dois principais parlamentares do Psol no Ceará, os vereadores João Alfredo e Toinha Rocha estão em “pé de guerra” na Câmara Municipal. O racha na bancada – o primeiro desde a eleição dos parlamentares – teve início na última disputa pelo comando do partido e divide interpretações: enquanto Toinha diz abertamente ter sido “isolada” e “esmagada” pelo colega de legenda, João Alfredo e demais lideranças rejeitam qualquer estremecimento.
De acordo com a vereadora, as divergências começaram pois o grupo político de João Alfredo teria “centralizado” o processo de eleição da nova Executiva do Psol, limitando o espaço para pessoas que não fossem ligadas ao vereador. “Nós tentamos fazer paridade entre o meu grupo e o dele, com cada um indicando metade da Executiva. Isso foi rapidamente rejeitado, então lançamos chapa, que foi derrotada pela maioria da corrente do João”, diz Toinha, que encarou a atitude como “tentativa de esmagamento”.
A vereadora ainda acusa o colega de tentar “barrar” indicação de Tércio Salgado, integrante do Psol próximo de Toinha Rocha, à Tesouraria do partido. “Mesmo perdendo a eleição da chapa, conseguimos 35% dos votos, tendo direito à indicação da tesouraria. Mas nem isso quiseram”.
O vereador João Alfredo se disse “surpreso” com as declarações de sua correligionária. Ele afirma que o processo da Executiva seguiu rigorosamente o que foi determinado pela votação de filiados da legenda e nega qualquer iniciativa em controlar o processo.
“Acho que ela está vendo chifre em cabeça de cavalo. O que ela queria era eleger 50% da Executiva tendo 35% dos votos, o que não faz sentido. A eleição foi democrática e respeitou a proporção, tanto que o Tércio está na Tesouraria”, diz. O vereador classificou como “absurdo” a acusação de ter tentado barrar indicações e negou estremecimento das relações. “O que acontece é que nós somos um partido jovem, militante e crítico, então é natural que ocorram embates”
Corroborando com seu argumento, João mostrou ao O POVO nota de Adelita Monteiro, aliada de Toinha e integrante da Executiva, em que a militante descarta qualquer racha ou controle dos parlamentares no processo. “No Psol todos e todas têm os mesmos direitos e opinam a respeito dos rumos a serem seguidos”. Cecília Feitosa, eleita presidente do partido, também nega as acusações da vereadora.
“Eles estão fazendo de conta que está tudo bem, mas não está. Eu me sinto magoada (…) o que fiz para tentarem me esmagar?”, rebate Toinha.
Como
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A eleição para nova Executiva do Psol ocorreu no último dia 20 de outubro, em Congresso que firmou série de resoluções do partido no Estado. Na votação, disputaram duas chapas, uma ligada a João Alfredo e outra ligada a Toinha Rocha
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Durante a sessão de ontem na Câmara Municipal, João e Toinha mal trocaram palavras, evitando conversas paralelas.
Toinha Rocha disse ainda que, durante eleição da Executiva, aliados de João Alfredo teriam sugerido que ela deixasse o Psol. “Se alguém disse, eu não respondo por isso. Nunca falei nada disso”, diz João.
A vereadora avalia que pode ter sido vítima de isolamento pois é amiga pessoal do prefeito Roberto Cláudio. “Uma vez já exigiram que eu me retratasse por elogios que fiz (…) não sou base, sou opositora, mas não reconhecer nenhum avanço? Ficar chamando o prefeito de assassino? Isso não vou fazer. Não faço oposição personalista”.
João Alfredo admite que declarações positivas de Toinha ao prefeito causaram sim “estranhamento” por parte do partido, mas nega que isso tenha motivado qualquer ação contra a vereadora.
Apesar dos embates, Toinha nega que sairá do partido. “Entrei no Psol por opção minha, poderia ter ido para qualquer partido. Mas acho o Psol um partido necessário, de luta. Só acho que nós, que cobramos tanto a tolerância, precisamos ser mais tolerantes”.
Toinha fez ainda uma série de críticas a posturas do partido, como a forma como o Psol agiu durante a ocupação do Parque do Cocó. “Ficamos a reboque de quem ocupava”, diz.
Fonte: O Povo
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