O deputado estadual Delegado Cavalcante (PDT) anunciou ontem que irá processar os deputados Osmar Baquit (PSD) e Perboyre Diógenes (PMDB) por danos morais, e que irá acionar o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa contra os parlamentares. Cavalcante, Baquit e Perboyre protagonizaram um festival de baixarias na última quinta-feira, no plenário da Casa, com troca de insultos, xingamentos e insinuações sobre sexualidade.
Delegado Cavalcante fazia acusações graves contra o prefeito de Morada Nova, Glauber Castro (PMDB), de quem ele já foi aliado, quando Perboyre entrou no pronunciamento para defender o gestor, dando início ao bate-boca. Perboyre chamou Cavalcante de traidor e mentiroso, além de ter dito, de forma indireta, que o Delegado mantém relações homossexuais.
“Pode dizer a ele (Cavalcante) que pode me processar. Tudo que eu disse eu tenho como provar”, afirmou Perboyre ontem, em entrevista. Questionado pelo O POVO sobre o nível do “debate”, o deputado minimizou e disse que “quem pegou mais pesado” foi o colega Osmar Baquit.
O parlamentar, por sua vez, entrou na discussão quando Cavalcante resolveu criticar uma magistrada que teria demorado a julgar processo contra o prefeito de Morada Nova. Baquit, então, chamou o Delegado de “pilantra, malandro, deputado de meia tigela e sem moral”.
Cavalcante era aliado de Glauber de Castro, mas rompeu com o prefeito na campanha de 2012, quando o peemedebista tentou reeleição, com candidatura questionada pela Justiça. Em seu dia de fúria na Assembleia, o deputado também apontou suposto esquema de fraude para mudar resultados em julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, este ano, deferiu o registro eleitoral de Glauber, após decisões contrárias no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE).
Panos mornos
O vice-presidente do Conselho de Ética da Assembleia, deputado Sineval Roque (PSB), disse não ter convicção de que o Delegado entrará com pedido de investigação no Conselho de Ética. Roque não quis fazer avaliações sobre o embate, mas jogou panos mornos na situação. “Acredito que são todos companheiros. É que às vezes os ânimos afloram”, afirmou.
A decisão sobre uma possível apuração no Conselho é da Mesa Diretora da Casa. Um dos preceitos do Código de Ética do Legislativo é “tratar o público, os colegas, as autoridades e os funcionários públicos com respeito, discrição e independência”. Entre as possíveis punições estão censura verbal ou por escrito, suspensão temporária do mandato, entre outras.
O POVO tentou contato com o deputado Osmar Baquit, mas não conseguiu localizá-lo. O prefeito de Morada Nova também foi procurado, mas as chamadas feitas para o número de telefone informado pela Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) não foram atendidas.
Fonte: O Povo
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