Feira ocorre normalmente de quarta para quinta, quando a Prefeitura realiza fiscalizações com efetivo policial. Feirantes reclamam das ações
Depois das operações de fiscalização na Feira da Sé, promovidas pela Prefeitura de Fortaleza, os ambulantes iniciaram as vendas em outros dias e horários, a partir desta semana. Para evitar a ação de policiais militares e guardas municipais, alguns feirantes ocuparam, na madrugada desta quarta-feira, 4, a rua Sobral, ao lado da Catedral. A feira na rua José Avelino e na travessa Icó segue permitida, mas tem de se limitar aos seguintes horários: das 19 horas da quarta até as 8 horas de quinta-feira e das 19 horas de sábado até as 11 horas de domingo.
Segundo o ambulante José Maria Castro, 54, alguns feirantes chegaram na tarde da terça-feira, 4, pois sabiam que no horário normal da feira (de quarta para quinta) poderiam perder as mercadorias. “Quando chegam com policiais, vem o ‘rapa’ tirando tudo. Eu mesmo não venho mais com medo de levarem minhas coisas”, explica. O POVO esteve no local durante a manhã e flagrou os vendedores, sendo monitorados por fiscais da Prefeitura.
José Maria, no entanto, explica que é mais seguro vender em outros dias, em que não há efetivo policial. “Essa questão da feira não foi resolvida, querem que a gente saia mas não temos lugar para ir. A gente quer um canto fixo, sendo que eles [Prefeitura] não resolvem e precisamos trabalhar”, defende. A Secretaria da Regional Centro (Sercefor) informou que está ciente da nova estratégia dos feirantes e estuda alternativas de controle.
“Eles fazem isso para burlar o horário e a data determinada pra feira, o que nos obriga a aumentar o efetivo para a fiscalização. A Prefeitura não é contra a feira, entendemos sua importância econômica e social, mas ela deve respeitar os limites de espaço”, explica o secretário da Sercefor, Ricardo Sales.
O secretário também destaca que o objetivo da fiscalização é cumprir uma ordem judicial de 2012, que determina o ordenamento do local e a proibição da feira na Alberto Nepomuceno – apontada como responsável por tornar a via intransitável. “Há os espaços definidos para a feira, na Travessa do Icó, dentro da José Avelino, na Governador Sampaio. No entanto, 60% dos ambulantes possuem um Box na vizinhança e mantêm outros abertos, alugando áreas públicas”, completa.
Planos
Na quinta-feira, 5, os feirantes devem realizar uma caminhada, a partir das 8 horas, para protestar contra os limites impostos. A concentração será na Praça do Ferreira e segue até a sede da Prefeitura, no Centro, segundo José Maria. Nesta semana, o secretário da Sercefor informou que definirá as alternativas para coibir a feira nos lugares e dias não definidos. “Vamos verificar esses novos horários para dividir o efetivo policial. Acredito que até o fim do ano os ambulantes sejam transferidos para a avenida Filomeno Gomes), completa.
A ideia da Prefeitura é que os feirantes ganhem um lugar definitivo para realizar a feira, em um equipamento a ser construído na avenida, com restaurantes, banheiros e boxes. “Eles ficam na rua, com sol e chuva, e ainda nessa tensão da ocupação. A ideia é que os ambulantes ganhem comodidade e dignidade no novo espaço, a ser construída pela Prefeitura em parceria com a Seuma”, pontua.
Fonte:POVO Online
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