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Acusados de matar coroinha após confundi-lo com membro de grupo criminoso são condenados a 45 anos de prisão no Ceará

Jefferson Brito Teixeira foi assassinado com três tiros na cabeça, enquanto caminhava por um calçadão na Barra do Ceará — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Quatro homens acusados de participar na morte de um adolescente de 14 anos após confundi-lo com um membro de uma facção criminosa foram condenados nesta quinta-feira (14) em decisão do Conselho de Sentença da 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Fortaleza. Dois deles foram condenados por homicídio. Somadas, as penas chegam a 45 anos de prisão. Os outros dois foram considerados culpados por participação em organização criminosa.

A vítima era coroinha da Igreja Católica e não tinha nenhum histórico de envolvimento em atividades criminais. O crime ocorreu no Bairro Barra do Ceará em 18 de agosto de 2020.

De acordo com a sentença do juiz Victor Nunes Barroso, que presidiu a sessão, a pena dos réus foi fixada da seguinte forma:

  • Robson Vasconcelos: 21 anos e 8 meses de reclusão (condenado por homicídio e organização criminosa);
  • David Hugo Bezerra da Silva: 24 anos e 3 meses de reclusão (condenado por homicídio e organização criminosa);
  • Antônio Ivo do Nascimento Fernandes: 3 anos e 6 meses de reclusão (condenado por organização criminosa);
  • José Jorge Sousa Oliveira: 4 anos de reclusão (condenado por organização criminosa).

Um quinto homem acusado de ter tido participação no crime também vai ser submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. De acordo com a denúncia, após as agressões, ele teria sido o responsável pelos disparos de arma de fogo contra a vítima Jefferson Brito Teixeira.

Para não prejudicar o andamento do processo, o caso foi desmembrado em relação ao acusado Enzo Gabriel Jacaúna de Oliveira Xavier, que permaneceu foragido durante a instrução processual e foi preso no Rio de Janeiro.

O crime

O adolescente Jefferson Brito Teixeira foi assassinado com três tiros na cabeça, enquanto caminhava por um calçadão na Barra do Ceará, após ser sido torturado com chutes, pedradas e pauladas por um grupo de jovens.

A vítima tinha ido ao cabeleireiro três dias antes e pediu para serem feitos três cortes em sua sobrancelha. Com isso, os acusados o confundiram com membro da facção criminosa, pois acreditavam que o visual simbolizava pertencimento à suposta organização.

De acordo com investigação do Ministério Público, o adolescente cortou a sobrancelha porque gostava do estilo e havia se inspirado em funkeiros.

Fonte: https://g1.globo.com/

Zeudir Queiroz