Fiéis sofrem queimaduras após imposição de cinzas em missa no Ceará

Fiéis que participaram da Missa de Cinzas na última quarta-feira (05/03), na Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio, em Sobral, Ceará, relataram ardência, reações alérgicas e queimaduras de 2º grau na testa após o rito religioso.

Reações Após a Imposição das Cinzas

Durante a celebração, os fiéis receberam a cruz de cinzas na testa, como parte do ritual católico que simboliza penitência e arrependimento no período da Quaresma. No entanto, algumas pessoas relataram forte ardência logo após o contato com o material.

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, contou que tanto ela quanto o marido sentiram a pele queimar imediatamente após a aplicação das cinzas. “Meu esposo ainda conseguiu tirar o excesso, mas não imaginávamos que isso poderia acontecer”, relatou.

Ao chegar em casa, a mulher notou vermelhidão intensa na pele e, no dia seguinte, procurou atendimento médico, sendo diagnosticada com queimadura de 2º grau. “Procuramos a paróquia e fomos informados de que várias pessoas relataram o mesmo problema”, disse.

Outros fiéis que participaram da missa também enfrentaram sintomas semelhantes. Um casal relatou ardência intensa, e o marido de uma das mulheres chegou a desenvolver bolhas na testa. “A queimadura não foi grande, mas causou bastante incômodo. Meu marido percebeu que ardia logo após a imposição das cinzas”, explicou outra vítima.

Posicionamento da Igreja

Uma das pessoas afetadas entrou em contato com a paróquia e recebeu orientações sobre os cuidados com a queimadura. A reportagem também procurou a Arquidiocese de Sobral, que optou por não se manifestar oficialmente. No entanto, a entidade afirmou que casos semelhantes já ocorreram em outras paróquias em anos anteriores.

A Diocese de Sobral justificou que, na parte da manhã, as cinzas foram aplicadas sem muita água e que, após a bênção e umedecimento do material, o rito transcorreu normalmente. “Não sabemos a causa do desconforto relatado pelos fiéis”, informou a Diocese.

Diante das reações relatadas, fiéis seguem em alerta para possíveis orientações futuras da Igreja sobre o uso seguro das cinzas na cerimônia religiosa.