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Fevereiro tem déficit de chuvas no Ceará

Avaliação feita em fevereiro ratifica prognóstico da Funceme de pluviosidade abaixo da média histórica

Juazeiro do Norte. As chuvas caídas no mês de fevereiro comprovaram o prognóstico apresentado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) dando conta de que a quadra chuvosa deste ano ficaria abaixo da média histórica. Conforme os dados, no mês passado foram registrados 96,7mm de chuvas em todo o Ceará. A média histórica para fevereiro, segundo o órgão, é de 127,2 milímetros.

No entanto, mesmo abaixo da média histórica, as precipitações ocasionaram transtornos as populações de diversos municípios no interior do estado. Houve registro de alagamentos, queda de prédios abandonados, rompimento de barragens e trânsito lento em muitas cidades devido ao mal funcionamento de semáforos. A região do Cariri concentrou o maior índice de chuvas durante todo o mês de fevereiro passado. Foram registrados 197,2mm, enquanto que no Litoral de Fortaleza choveu 107,8mm. As regiões com menor índice de pluviometria foram as áreas do Litoral do Pecém, onde choveu 68,8mm, mesmo volume atingido pelos municípios do Sertão Central e Inhamuns, onde choveu 77,2mm.

O órgão de meteorologia explica que a diferença de quantidade de chuvas nas regiões cearenses em fevereiro, se deu por causa da atuação irregular de três sistemas meteorológicos. Segundo a Funceme, a Zona de Convergência Intertropical, principal sistema da quadra chuvosa, apresentou pouca influência e, quando isso ocorreu, provocou chuvas no Centro-Norte do Estado. Na Faixa Litorânea, a brisa terrestre permanece atuando, ocasionando chuvas de menor intensidade durante as madrugadas e início das manhãs. Em relação ao Cariri, a atuação de vórtices ciclônicos, sistemas típicos da pré-estação chuvosa, propiciou uma sequencia maior de precipitações na região.

Sangrando

No início do mês passado uma chuva de 182mm fez com que a barragem de Cariutaba, zona rural de Farias Brito, sangrasse. A estrada vicinal que dá acesso à comunidade ficou bastante prejudicada e houve dificuldade de deslocamento à região. Em Várzea Alegre as chuvas registradas em fevereiro ocasionaram o rompimento da parede do açude Fiuza, que cedeu por causa do volume das águas do reservatório. Cercas e equipamentos de irrigação foram levados pela correnteza. Não houve registro de mortes. Em Juazeiro do Norte o mês de fevereiro foi de prejuízos e aborrecimentos.

Diversas ruas permaneceram alagadas, semáforos apresentaram defeitos, ocasionando congestionamentos e houve reclamação por causa do lixo e de muita lama por sobre as calçadas e, em alguns casos, no interior de residências.

Ontem voltou a chover no interior cearense. A região Centro-Sul do Ceará registrou as maiores chuvas na madrugada e manhã de ontem. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) a maior precipitação no Estado ocorreu em Ipaumirim, na localidade rural de Canauna (157mm), seguida de Lavras da Mangabeira (84mm); Icó (83mm); Orós (71mm), Cariús (69mm); Baixio (64mm);Jucás (62mm) e Iguatu (53mm). Segundo a Funceme, na manhã de hoje, ocorreu chuva em 42 municípios do Ceará.

São dois dias seguidos de boas chuvas que banham a região Centro-Sul. Em Ipaumirim, no dia 19 de fevereiro passado, choveu 120mm na sede e ontem, 47mm. Neste ano, o acumulado até hoje é de 311mm. Apesar da intensidade da chuva não há registro de danos materiais, de acordo com o gerente do escritório da Ematerce, Antonio Saraiva de Lima. “A chuva se estendeu por toda a madrugada e não trouxe prejuízos”, disse Saraiva. A Ematerce de Ipaumirim estima que o plantio até agora só ocupa 40% das áreas de cultivo.

Roberto Crispim
Colaborador

Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz