Uma onda de violência contra provedores de internet tem se espalhado pelo Ceará, com facções criminosas impondo taxas de extorsão para permitir a operação das empresas em áreas sob seu domínio. Empresas que se recusam a pagar são alvo de ataques violentos, incluindo disparos de arma de fogo, incêndios e vandalismo, afetando o acesso à internet de milhares de cearenses.
Os ataques, que começaram a se intensificar em fevereiro, já atingiram cidades como Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante, prejudicando tanto os provedores de internet quanto os moradores que dependem dos serviços. Em Caridade, cerca de 22,5 mil pessoas ficaram sem internet por quatro dias devido aos ataques criminosos.
Como funciona a extorsão?
As facções criminosas cobram até 50% do valor das mensalidades dos clientes como taxa para permitir que as empresas operem nas áreas dominadas por eles. Aqueles que se recusam a pagar enfrentam retaliações brutais, incluindo destruição de cabos de internet e furtos de equipamentos. O grupo Comando Vermelho (CV) está entre os suspeitos de ordenar esses ataques, supostamente para criar um provedor próprio de internet ilegal, nos moldes do que ocorre no Rio de Janeiro.
Diante dessa escalada de violência, o governador Elmano de Freitas anunciou a criação de um grupo especial para combater a atuação criminosa contra os provedores. A Polícia Civil do Ceará (PCCE), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Inteligência (Coin), já está investigando e realizando operações para identificar e prender os responsáveis.
Casos recentes
Os ataques não param de crescer. Somente entre segunda-feira (10) e terça-feira (11), duas empresas foram alvos de facções criminosas em Caucaia:
📌 10 de março – Acnet (Bairro Itambé, Caucaia): Criminosos dispararam contra a fachada da empresa e cortaram cabos de internet na região, deixando clientes sem conexão.
📌 11 de março – Brisanet (Bairro Capuan, Caucaia): Um veículo da empresa foi atingido por tiros. Não há informações sobre feridos.
A Acnet confirmou os ataques e afirmou que está trabalhando para restabelecer os serviços. “Infelizmente, estamos com clientes sem acesso, e devido à situação, não temos previsão para o retorno das visitas técnicas”, declarou a empresa em nota oficial.
Cronologia dos ataques
Desde fevereiro, pelo menos oito ataques foram registrados contra provedores de internet no Ceará:
📆 22 de fevereiro – Fortaleza (Bairro Jacarecanga): Dois veículos da Brisanet foram incendiados.
📆 27 de fevereiro – São Gonçalo do Amarante (Distrito do Pecém): Empresa vandalizada por criminosos.
📆 6 de março – Caucaia (Conjunto Metropolitano): Carro da Brisanet incendiado.
📆 7 de março – Caridade: Facção destruiu cabos de internet, deixando 90% da cidade sem conexão.
📆 9 de março – Caucaia (Bairro Sítios Novos): Empresa atacada durante a madrugada.
📆 10 de março – Caucaia (Bairro Itambé): Acnet teve fachada atingida por disparos.
📆 10 de março – Caucaia: Cabos de internet foram destruídos.
📆 11 de março – Caucaia (Bairro Capuan): Carro da Brisanet foi alvo de disparos.
Reação das autoridades
O governador Elmano de Freitas garantiu que o Estado não permitirá que criminosos imponham regras sobre o setor de telecomunicações. O grupo especial de investigação criado pelo governo tem como objetivo identificar e prender cada um dos envolvidos nos ataques.
As polícias Militar e Civil reforçaram o patrulhamento em Caucaia, Fortaleza e São Gonçalo do Amarante, principais áreas afetadas. A Draco, especializada no combate às facções criminosas, segue mapeando os envolvidos e já iniciou operações para coibir os crimes.
A população pode contribuir com as investigações denunciando suspeitos anonimamente pelos seguintes canais:
📞 Disque-Denúncia SSPDS: 181
📱 WhatsApp (85) 3101-0181 – Envio de mensagens, fotos e vídeos
🌐 E-Denúncia: https://disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br/
A Secretaria de Segurança Pública reforçou que o anonimato e o sigilo das informações são garantidos.
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Com informações do Gcmais
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