Estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) em Limoeiro do Norte denunciam a precarização no campus e cobram que o reitor do Instituto compareça ao município para dar respostas à comunidade. Nota divulgada pelos estudantes nesta terça-feira, 1/4, destaca que os alunos de Nutrição sofrem com problemas “de ordem pedagógica e estrutural”, desde o início das atividades do curso, aberto no segundo semestre de 2009. A carência de professores é uma das principais dificuldades, de acordo com os estudantes, resultando em professores sobrecarregados, com pouca disponibilidade aos alunos. Algumas disciplinas, de acordo com os estudantes, acabam sendo ministradas por docentes não especializados na área em que ensinam.
Há ainda, atualmente, quatro disciplinas sem professores, frustrando os estudantes e impedindo sua progressão no curso. São aproximadamente 130 alunos matriculados, divididos em quatro turmas, contando com apenas cinco professores efetivos – estando uma em afastamento – dois professores temporários e o restante, que corresponde à maioria, cedido por outros departamentos.
Além dos problemas no Curso de Nutrição, as solicitações da comunidade estudantil do Campus Limoeiro do Norte, como um todo, apresentadas ao reitor em reunião em outubro de 2013, ainda não foram atendidas pela administração do IFCE, afirmam os estudantes, citando a falta de materiais de aula, prejudicando principalmente as aulas práticas, e o fato de professores comprarem materiais, pagando do próprio bolso, para manter os roteiros de aulas. Entre outras deficiências, ausência de dentista no campus, atraso na obra de Cidade Alta (com prejuízos para o curso de Educação Física, ainda não reconhecido), falta de salas de aula e de acessibilidade, problemas na Assistência Estudantil, falta de recursos para professores e alunos de mestrado apresentarem trabalhos em eventos. Até hoje a Reitoria não deu resposta quanto a essas demandas.
Nesta terça-feira, 1/4, os estudantes protocolaram no Instituto carta aberta ao reitor do IFCE, Virgílio Araripe, manifestando “insatisfação com o descaso da Reitoria ao curso” e solicitando a presença do reitor no campus Limoeiro. Segundo os alunos, a produção científica é baixa, não havendo estímulo nem para os estudantes nem para os docentes. “Professores são desencorajados a essas atividades tanto pela sobrecarga em sala de aula como pela sua contribuição não ser descontada nas suas 40 horas semanais. Assim, bolsas de pesquisa são poucas e em quase totalidade ofertadas por professores de outro curso, restringindo o tema a ser trabalhado e, consequentemente, negando ao aluno a expansão de seu conhecimento sobre outras áreas.”
Para a Diretoria Colegiada do Sindicato dos Servidores do IFCE (SINDSIFCE), a situação do curso de Nutrição no Campus Limoeiro é mais um exemplo da precarização da rede federal de ensino. O IFCE sofre diretamente as consequências da precarização e da expansão acelerada da rede, com a abertura de novos campi, sem os devidos cuidados, investimentos, planejamento para garantia de estrutura e de pessoal, apontam os diretores do Sindicato.
Por situações como a desse campus, entre vários outros, e por problemas que se espalham pelo Instituto, os professores e técnicos do IFCE estão atualmente em indicativo de greve, com a categoria já tendo deliberado nacionalmente por greve a partir de 21 de abril, complementa a diretoria do Sindicato, cobrando respostas da Reitoria quanto à situação do Campus Limoeiro do Norte.
SINDICATO DOS SERVIDORES DO IFCE (SINDSIFCE)
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