Novo projeto prevê inauguração de uma nova estátua em 2022, transformando as estruturas antigas em museus. Moradores da rua de onde a cabeça nunca saiu contam como é viver no local que virou ponto turístico do pequeno município.
A doméstica Antônia Cilda, 57, agradece por ter a vida ligada a Santo Antônio de tantas formas. Nasceu em Caridade, a 97,8 km de Fortaleza, cujo padroeiro é ele, e recebeu o primeiro nome em homenagem ao santo. O pai também chamava-se Antônio. E, para completar, a cabeça de uma estátua inacabada do santo, erguida com 19 metros de altura há 35 anos em um monte na cidade, está a quilômetros de distância do “corpo”, na porta da casa dela.
“Fico feliz de morar na casa que tem a cabeça do Santo Antônio, e eu gosto daqui aqui porque é muito bom, sossegado. Me sinto até mais protegida, né, porque ele é nosso protetor. Se Deus quiser, enquanto eu for viva, eu quero continuar aqui”, afirma Cilda.
É entre o muro da casa 25, da Rua 102, do Bairro Conjunto Habitacional que descansa a cabeça desde que a obra foi paralisada em 1986, na gestão do então prefeito Raul Linhares. A ideia, na época, era construir a terceira maior estátua brasileira com a imagem de Santo Antônio, mas o dinheiro acabou, e a obra foi paralisada dois anos depois.
“A gente subia e descia lá no morro por causa da obra. Mas foi um tempo que a obra paralisou, dizendo o senhor prefeito que estava sem condições de construir. Aí paralisou tudo, ficou a cabeça aqui no conjunto e parou também lá no morro”, lembra Pedro Ferreira, 71, cujo pai vendeu cerca de três hectares do Morro do Serrote para que a prefeitura construísse a estátua.
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