A advogada Rafaela Vasconcelos de Maria (34) e a mãe dela Maria Socorro de Vasconcelos (78) foram mortas no dia 24 de março em Morrinhos.
A empresária do ramo de loterias e jogo do bicho, identificada como Maria Ediane da Mota Oliveira, de 41 anos, é acusada de mandar assassinar a advogada Rafaela Vasconcelos de Maria por interesse no marido da vítima. Ela pagou R$ 70 mil para que um grupo de extermínio cometesse o crime, em março deste ano no município de Morrinhos, no interior do Ceará.
De acordo com Eduardo Melo, titular da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), o alvo da execução era Rafaela, mas os tiros acabaram atingindo também a mãe da vítima.
“O que se sabe é que a Ediane nutria uma intenção amorosa com o marido da Rafaela, a advogada e por conta disso ela encomendou a morte da Rafaela. Lamentavelmente a mãe da Rafaela, dona Maria do Socorro no dia da execução do crime estava com ela na moto e o executor efetuou os disparos na direção das duas e acabou vitimando as duas”, explicou.
A contratação do crime foi feita pelo menos a partir de janeiro deste ano, ou seja, três meses antes e mandante da execução fazia cobranças frequentes para que a ação fosse executava logo.
Empresária ameaçada por facções
Ainda segundo o delegado, a empresária procurou o marido da vítima, que é tenente-coronel da Polícia Militar, porque estava recebendo ameaças de um grupo criminoso que estava realizando cobrança de porcentagens sobre os lucros do empreendimento dela.
“O marido da Rafaela é tenente-coronel da Polícia Militar. No depoimento dele ele afirmou que foi procurado pela Ediane algumas vezes porque como se sabe consta na investigação a Eidiane é envolvida com jogo do bicho e ela estava sofrendo algumas pressões de uma facção criminosa do Ceará para que se pagasse um percentual do apurado na loja e assim como procurou o marido da Rafaela, ela procurou outras autoridades de segurança pública da região”, afirmou o delegado.
Participação do PM descartada
O titular da DAI afirmou também que as investigações descartaram a participação do marido da vítima na execução.
“Ele afirmou que o contato que teve com a Ediane foi todo nesse âmbito profissional. De fato, nós não conseguimos constatar a participação dele na encomenda do crime e as circunstâncias como o crime se deu e o tempo que levou para ser executado aponta que de fato não existiu realmente essa participação”, conclui.
Lista das mais procuradas do Ceará
A empresária Ediane Oliveira foi incluída na lista dos Mais Procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), apontada como suspeita de ser mandante de “atividade típica de grupo de extermínio”.
Presos por participação crime
Cinco pessoas estão presas por participação nas mortes, três são policiais militares: Daniel Medeiros de Siqueira e Francisco Amaury da Silva Araújo teriam feito o levantamento da rotina da vítima. Já Edilson Barbosa Luz contratou todo o grupo.
Relembre assassinato da advogada e mãe dela em Morrinhos
A advogada Rafaela Vasconcelos de Maria, de 34 anos, e a mãe dela Maria Socorro de Vasconcelos, de 78 anos, estavam trafegando na rua em uma moto quando foram surpreendidos pelos atiradores que estavam em outra motocicleta, no dia 24 de março deste ano. Rafaela foi atingida diversas vezes, uma delas, no rosto, e acabou morrendo no local. A mãe da advogada chegou a ser socorrida e foi levada ao Hospital Municipal de Morrinhos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Rafaela Vasconcelos era casada com um tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará (PMCE).
O que se sabe sobre o duplo homicídio em Morrinhos
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que afastou das funções, pelo período de 120 dias, os policiais militares suspeitos de participarem do duplo homicídio da advogada e da mãe dela. A sentença do órgão foi publicada no Diário Oficial do Estado quatro dias após o crime. O sargento Amaury da Silva Araújo e o soldado Daniel Medeiros de Siqueira foram capturados no sábado (25), um dia após o crime que matou mãe e filha.
A CGD justificou o afastamento afirmando que: “os fatos que lhes são imputados, em tese, se revelam incompatíveis com a função pública, além de ser necessário à garantia da ordem pública e à correta aplicação da sanção disciplinar”. O órgão informou ainda que as investigações iniciaram logo após o crime acontecer.
“A polícia intensificou o trabalho investigativo e, na manhã de sábado (25), exatamente no mesmo lugar onde a moto usada no delito foi abandonada, os dois policiais militares foram abordados. Eles estavam em um veículo Colbat. No interior do carro, foram localizados dois capacetes. Os objetos apreendidos foram encaminhados à Perícia Forense, inclusive aparelhos celulares”, esclareceu.
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