“Trabalha muito. É esforçado. Ajuda a todos que batem em sua porta. Encaminha e chega junto a qualquer hora do dia e da noite”. Esse é o conceito que o povo carente de Caucaia faz do jornalista Eduardo Solon, funcionário público, lotado no Hospital do Coração de Messejana, há cerca de 15 anos morando na localidade de Guaié, Iparana, que já concorreu por três vezes consecutivas ao cargo de vereador pelo município.
Natural do Crato, Eduardo José Ribeiro Solon, 1954, filho do Bioquímico sobralense Manoel Eduardo – “Dr. Solon” – , e da cratense Maria Aladir, veio morar em Fortaleza aos 6 anos de idade, no bairro que era conhecido como Alagadiço, hoje Parquelândia. O pai era um intelectual, colecionador de discos raros e livros importados, que já em 1950 projetava filmes para pessoas carentes em comunidades. Talvez seja esse o motivo da profissão de todos os irmãos, seis ao todo, na área de comunicação, como jornalista, professor, radialista e fotógrafo.
Pioneiro
O “Dr. Manoel Eduardo”, depois da aposentadoria como professor de bioquímica, e com certeza não satisfeito em sua missão social, foi morar na Iparana, em uma área um pouco afastada da praia, onde até hoje ainda moram pessoas de baixa renda, e atualmente mescladas de casas de pessoas classe média que buscaram um lugar mais tranquilo para morar, foi o pioneiro na assistência social no município de Caucaia.
Em um terreno com cerca de 5 mil metros quadrados de área, ele construiu casas, quadras e bancos e uma capela, estrutura onde regularmente promovia encontros comunitários, sociais, festivos e religiosos dos moradores. Alimentou entre os que o conheciam e, até hoje, ainda moram no bairro, a imagem de um homem conselheiro, bondoso e previdente. Na administração de Iara Guerra, consegui levar para a comunidade a energia elétrica.
Além de vários sobrinhos bem sucedidos na vida que moram na área, ele conseguiu também trazer para a sua companhia, o filho Eduardo Solon e família, composta pela esposa e três filhos. Solon ou Eduardo, como é chamado, morava no antigo Parque Iracema, atualmente Cambeba, e próximo ao Hospital do Coração, onde trabalhava e iniciou a sua missão de homem público sem dinheiro, sem carro e nem “padrinho político”.
Vitorioso
As pessoas diziam: ‘‘Eduardo, seja candidato!” É verdade, o povo carente gosta de político e da política. Sempre vincula a assistência social, mesmo sem segundas intenções, e estimula a concorrer a cargos públicos que eles precisam no dia a dia. Após uma experiência pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT, já participou de três pleitos a vereador pelo município de Caucaia: 2004, 2008, e 2012. Para o povo que o conhece, Eduardo Solon é um vitorioso.
450 votos no primeiro pleito. 890 em 2008. E 1.081 votos na última eleição para vereador. Mas, não é somente esse excelente desempenho de uma personalidade política sem gastos com eleição e sem padrinho político. Para o eleitor, é um vitorioso porque consegue manter um trabalho de prestação de serviço crescente sem se vincular a estrutura administrati-va de gestores e nem a esquema de gabinete parlamentar.
“Eu sou candidato porque as pessoas pedem. Não gasto porque não tenho, e acho que não se deve gastar para se conquistar o eleitor”, diz. A ajuda que Solon oferece aos que lhe procuram é voluntária, ou quase compulsória, visto a frequência de pessoas em sua residência. É um entra e sai de gente de todas as idades. Mães com filhos no colo. Outras apoiando enfermos. Papéis na mão para ser encaminhado um pedido. Um documento de identificação.
É sempre assim. Falamos com Eduardo Solon em um domingo. Um dia que deveria de descanso, pois ele é revisor de um jornal diário em Fortaleza, com folga somente nesse dia. “Casa semi-pública!”, assim podemos dizer. Onde as pessoas também vão rezar, catequese de crianças e adolescentes, encontros de pessoas, etc. Um fruto social plantado pelo Dr. Solon, décadas passadas. Pessoas simples que buscam os serviços básicos públicos, e direitos constitucionais que o braço do poder público não faz chegar a elas.
Os mais de 1.000 votos que conquistou no último pleito, basicamente foram de urnas da região praiana de Caucaia, entre o Parque Lebron, – o outro lado da Barra – Iparana, Pacheco, Icaraí até o Cumbuco. Região que, nos últimos anos, vem passando por completo abandono das autoridades. Na administração atual, ele é o segundo suplente de vereador, mas não participa da gestão municipal e nunca assumiu o Legislativo.
Para ele, a política de Caucaia, em 15 anos de trabalho e experiência, deveria mudar. “Não teve melhoria no saneamento, nem na saúde”, lembra, mas destaca que o município perde muito por não ter uma política definitiva para o turismo. E considera que, devido a essa falta de planejamento político nas questões públicas, as lideranças clássicas – as famílias – vêm perdendo o poder político municipal”.
Fonte: Jornal do Comércio do Ceará
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