Profissionais médicos e de enfermagem, nutricionistas e coordenadores das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSIs) receberão capacitação da Secretaria da Saúde do Estado para o controle de diabetes mellitus e hipertensão arterial na população indígena do Ceará. Realizada com o compromisso de promover a pactuação e fazer o monitoramento e avaliação do plano de ação elaborado em 2013 pelo Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (DSEI/CE), a capacitação acontecerá nesta quinta e sexta-feira, 18 e 19 de junho, a partir das 8 horas, no Auditório Waldir Arcoverde, Avenida Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, com a participação de 40 profissionais de saúde das EMSIs.
A saúde dos povos indígenas do Ceará tem apresentado perfil de morbimortalidade coerente com o que vem acontecendo com a população não indígena, com aumento das doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial e diabetes, e a permanência das doenças infectocontagiosas, como tuberculose e hanseníase, e, ainda, a presença de parasitose intestinal e doenças diarreicas. Em 2010, o primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas já constatava rápida emergência de hipertensão arterial e diabetes mellitus das populações nas diferentes macrorregiões. Devido às drásticas transformações em seus estilos de vida associadas à interação com os não índios, os indígenas começam a sofrer de obesidade, hipertensão arterial e diabetes.
Segundo a pesquisa, “em parte, esses achados podem ser atribuídos a mudanças alimentares, com a redução do consumo de alimentos tradicionais em favor do consumo de alimentos industrializados e mesmo de cultivos introduzidos. Simultaneamente às mudanças na alimentação, verifica-se também tendência à redução da frequência e intensidade da atividade física, como decorrência de alterações importantes nas estratégias de subsistência e nos padrões de assentamento. Esses dados refletem uma gradual e importante mudança no perfil epidemiológico dessas populações, em que as doenças crônicas não transmissíveis começam a assumir um papel expressivo”. No Ceará, a prevalência de hipertensos e diabéticos entre os indígenas chega a 94,6 por mil habitantes na população acima de 60 anos.
O DSEI/CE responde pelo atendimento básico de saúde da população de 24.658 indígenas em 14 municípios, distribuídos por 90 aldeias de 14 etnias – Tapeba, Pitaguary, Jenipapo-Kanindé, Tremembé, Anacé, Kariri, Tupinambá, Potiguara, Tabajara, Kalabaça, Gavião,Tubiba, Tapuia, Kanindé, Tapuia Kariri. Com 21 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena que prestam atendimentos nas aldeias, o DSEI/CE conta com três postos de saúde, uma Casa de Saúde Indígena (Casai) e nove Polos Base localizados nos municípios de Aquiraz, Caucaia, Maracanaú, Itarema, Aratuba, Monsenhor Tabosa, Crateús, Poranga e São Benedito.
Fonte: Diário do Nordeste
Diabetes e hipertensão
O diabetes é uma doença crônica, debilitante e de alto custo, principalmente quando associada a complicações severas. Estima-se que metade das pessoas com diabetes desconheça a própria condição. O diabetes tipo 1 ainda não pode ser prevenido. Acredita-se que sejam fatores ambientais os desencadeantes do processo que pode resultar na destruição das células produtoras de insulina. Isso ainda está sendo estudado cientificamente. O diabetes tipo 2 pode ser prevenido em muitos casos, bastando manter um peso saudável e um corpo fisicamente ativo.
Assim como no diabetes, sedentarismo, estresse, maus hábitos alimentares, excesso de peso e a idade são fatores de risco para a hipertensão. A maioria das pessoas com hipertensão não apresenta nenhum sintoma no início da doença. Por isso, é chamada de doença silenciosa. A única forma de saber se a pressão está alta é verificando regularmente, com aparelhos calibrados e profissionais preparados. Os principais sintomas do aumento de pressão arterial são dor de cabeça, cansaço, tonturas, sangramento pelo nariz. Pessoas com excesso de peso, que não têm alimentação saudável, ingerem muito sal, não fazem atividades físicas, consomem muita bebida alcoólica, são diabéticas ou têm familiares hipertensos correm maior risco de serem hipertensas.
16.06.2015
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