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Convenção capacita artistas de circo

4ª edição da Convenção Cearense de Circo, Malabarismo e Artes de Rua promove cursos e apresentações

A arte do fazer circense não está mais presa ao espaço do picadeiro, imersa pelas lonas coloridas, perdida no cheiro de pipoca, feno e animais. A coletividade que reúne artistas de diferentes habilidades, como malabaristas, palhaços, acrobatas, equilibristas, contorcionistas, ilusionistas e adestradores busca expandir suas fronteiras, atravessar os limites do clássico e ocupar novos espaços.

A Convenção surgiu de uma demanda dos próprios artistas. FOTO: LUCAS DE MENEZES

Pensando nesse conjunto de artistas que procura o novo, acontece a partir desta quinta-feira até domingo a 4ª edição da Convenção Cearense de Circo, Malabarismo e Artes de Rua. O encontro, conduzido também de forma coletiva e realizada pela Companhia Itinerante de Malabares, parte do desejo de profissionais das artes circenses de congregar ideias e experiências com pessoas que pensam e praticam o circo. Um dos objetivos é expandir as vivências e os modos de produzir, alcançando espaços alternativos ao picadeiro, encontrando novas plateias dentro dos lugares públicos e urbanos, dialogando constantemente com a cidade e com o próprio ofício.

Realizada durante quatro dias aos moldes de um acampamento na Colônia Ecológica Sesc Iparana, a Convenção é marcada por uma intensa capacitação dos inscritos na área do circo. Segundo a organização do evento, cerca de 110 participantes estão previstos; somando-se aos professores das oficinas, a quantia chega a 135, dentre brasileiros – do Ceará a São Paulo e Pernambuco -, chilenos e argentinos. Os treinamentos, na forma de cursos, jogos circenses e apresentações, promovem a troca de informações, conhecimentos e vivências entre artistas experientes e iniciantes. O encontro abre as portas para contemplar também a comunidade em geral, possibilitando que mesmo quem não teve a oportunidade de se inscrever possa participar assistindo as apresentações noturnas. A entrada custa R$ 5.

Promovida nos anos anteriores em Canoa Quebrada (2010), Paracuru (2011) e Lagoa do Catú (2012), a Convenção Cearense de Circo, Malabarismo e Artes de Rua surgiu de uma demanda por especialização técnica e aprofundamento prático dos artistas. No Ceará, não há uma escola específica para a arte circense, apenas cursos pontuais. “Por isso a gente tem que ter esse movimento”, explica Jaderson Nobre, organizador do evento. “A Convenção chama a atenção para a necessidade de trazer uma escola de circo para cá”.

De acordo com ele, a mobilização causada pelos quatro anos seguidos de encontro, reunindo e atraindo artistas de até fora do Brasil, alcança resultados. Já existe o diálogo entre artistas e universidades, provavelmente o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), para a possibilidade de instalação de uma escola voltada unicamente para a arte circense.

Programação

De sexta-feira a domingo, as manhãs e tardes do acampamento são preenchidas por cursos e capacitações em diferentes modalidades. Há oficinas como Monociclo, Clown, Acrobacia com Bola e Aérea, Slackline e Malabares como Extensão do Corpo.

A universitária Frida Popp é aluna de prática circense há três anos. Atleta desde sempre, quando precisou sair do nado sincronizado sentiu falta de um esporte. Uma amiga da mãe a apresentou ao circo como exercício e não apenas contemplação. Pela flexibilidade adquirida nas piscinas, Frida demonstrou maior aptidão para o contorcionismo.

Empolgada pela primeira experiência no acampamento da Convenção, a estudante ainda não decidiu qual curso participar. Afinal, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. “A princípio eu não tenho preferência, mas sei que em malabares eu não tenho muita habilidade. Eu optaria por conhecer coisas novas, como os cursos de palhaço, aéreos (trapézio, lira, corda e tecido) ou acrobacias de solo”, explica.

Mais informações:
Convenção Cearense de Circo, Malabarismo e Artes de Rua
Colônia Ecológica Sesc Iparana (Rua José Alencar, 150 – Caucaia)
14 a 17 de Novembro

Fonte> Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz