Quem vive perto do litoral já começou a sentir mudanças na intensidade dos ventos que sopram nessa região. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a temporada de elevação das médias de velocidade e rajadas dos ventos no litoral do Ceará já começou e tem auge justamente nos meses de agosto e setembro. Nesse, que é considerado o mês mais ventilado do ano, a média de velocidade do vento na Capital passa dos 16 km/h e as rajadas podem chegar aos 60 km/h.
No entanto, conforme a Funceme, com o fim do período chuvoso em Fortaleza, a elevação dos ventos no litoral em 2016 começou a ser percebida mais facilmente já na segunda quinzena de junho, quando a média de velocidade registrada foi de 11 km/h. A marca supera a média histórica para o mês, que é de 9,5 km/h. A principal causa do fenômeno é o deslocamento do Sistema de Alta Pressão Atmosférica do Oceano Atlântico Sul em direção ao Nordeste do Brasil, típico nesta época do ano.
Oscilação
De acordo com o monitoramento meteorológico para cidades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Fortaleza registrou ventos de 33 km/h na manhã desta segunda-feira. Ao longo desta semana, segundo o Instituto, a velocidade oscila entre 21 km/h e 35 km/h; contudo, para esta quarta (17), a previsão é de rajadas de até 40 km/h.
Diferenças
Apesar de trazer uma sensação de alívio térmico para as altas temperaturas registradas nos últimos meses, os ventos fortes também representam riscos. Nessa época do ano, pescadores de Fortaleza ficam mais apreensivos quanto à movimentação do mar e preveem dificuldades no retorno das pescarias. Devido às condições adversas, diversos profissionais decidiram adiar a entrada na água, nesta segunda-feira, e, como resultado, o porto da Praia de Iracema ficou lotado de embarcações. Atuando há 25 anos, o pescador André da Costa, 42, conta que, todos os anos, o rendimento das incursões para a busca de peixes e outros frutos do mar registra queda de até 40% no segundo semestre. Para ele, o principal desafio da profissão é entrar no mar e não saber se vai voltar para a superfície.
Alerta
“Quando os ventos estão fortes e o mar está agitado, a Capitania dos Portos alerta, mas alguns homens são muito teimosos. Nós entramos no mar com medo, mas precisamos garantir o nosso sustento”, explica. A Funceme também alerta que, nesses meses, aumenta o risco de quedas de árvores e destelhamentos por conta das fortes rajadas.
Para outras pessoas, no entanto, o segundo semestre no mar também é sinônimo de adrenalina. Os atletas que praticam esportes náuticos à vela comemoram a chegada dessa época, quando o Ceará se transforma num dos destinos preferidos de windsurfistas e kitesurfistas.
Atividades
A boa estação faz crescer o número de atividades e campeonatos em destinos carimbados do litoral cearense, como as praia do Cumbuco, em Caucaia, de Paracuru e de Jericoacoara.
Para Serafim Carvalho, instrutor de kitesurf na praia da Tabuba, os ventos fortes são ideais porque garantem a boa prática dessas modalidades esportivas. “Na alta temporada, os ventos do Ceará são mais constantes e ajudam a trabalhar melhor com o kite”, frisa.
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
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