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Chuva já supera a média do mês no Ceará

A população comemorou a chuva em Beberibe, onde houve precipitação de 140 milímetros, de acordo com a Funceme. Apesar do volume significativo, não foram registrados prejuízos na cidade FOTO: NATINHO RODRIGUES
A população comemorou a chuva em Beberibe, onde houve precipitação de 140 milímetros, de acordo com a Funceme. Apesar do volume significativo, não foram registrados prejuízos na cidade
FOTO: NATINHO RODRIGUES

No Ceará, dos dias 1º a 5 de julho, já choveu 164,4% a mais do que o previsto para o mês. Em cinco dias, foram registrados 40,7 milímetros de precipitação, enquanto a média histórica de julho do Estado é de 15,4 mm, de acordo com informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Ainda conforme o órgão, por ser um mês de pós-estação chuvosa, julho, normalmente, apresenta poucas precipitações.

Ontem, também segundo a Funceme, choveu em 96 dos 184 municípios cearenses. Com chuva de 140 milímetros, o município de Beberibe, situado no litoral leste, registrou o maior volume do Estado. Em seguida, estão as cidades de Solonópole (95 mm), Palmácia (92 mm), Aracati (89 mm), Guaramiranga (86.4 mm), Ocara (83 mm), Pacajus (83 mm), Eusébio (81 mm), Cascavel (72.1 mm) e Chorozinho (72 mm). Na Capital, a precipitação foi de 42 mm.

Houve o sangramento dos açudes Tijuquinha, em Baturité, e Gameleiras e Quandú, em Itapipoca. Segundo a Funceme, a nebulosidade de ontem estava associada à formação de áreas de instabilidade em virtude da atuação de um Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL) sobre o setor norte do Nordeste brasileiro, sistema atmosférico típico de pós-estação chuvosa do Ceará.

Em Aracoiaba, na região do Maciço de Baturité, a ponte da cidade lotou pela manhã. A população queria ver de perto a correnteza. Outros preferiram pular na água.

Apesar da quantidade significativa de chuva, nenhum grande estrago foi registrado em Beberibe. Mesmo tendo ficado com os braços cruzados por causa do fraco movimento em decorrência da chuva, os bugueiros comemoraram o domingo nublado em Beberibe.

“Quanto mais água, melhor. A gente, que é bugueiro, fica sem trabalhar, mas acha é bom, porque está tudo muito seco. A Lagoa de Uruaú está totalmente seca. Tomara que chova uns três dias, sem parar. A situação está tão crítica que, neste ano, nem Carnaval teve”, comenta o bugueiro Ricardo da Costa Nascimento, 37.

Falta d’água

Já o também bugueiro Roberto da Silva Gama, 30, que trabalha em Beberibe, mas mora em Morro Branco, reclama da falta d’água naquela localidade. Ele conta que, antes, só tinha à noite, mas agora, não chega o líquido de jeito nenhum. O que salva é o chafariz, que está sempre lotado.

O problema é o mesmo pelo qual passa a dona de casa Gracilene Almeida Nascimento, 45, residente no Morro Branco. Ela conta que, há oito semanas, não chega água da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) na torneira de sua casa. Ainda assim, todo mês enviam a conta com a cobrança, como se o fornecimento estivesse normal.

“Pior que a gente paga o papel, mas não usufrui do serviço. É complicado, hora nenhuma tem água. Todos os dias, tenho que ir no chafariz. A roupa a gente lava lá embaixo, em uma bica na praia. A gente liga para a Cagece e eles só dizem que vão resolver, para a gente ter paciência, mas a conta vem a mesma. Não vou mais pagar, não tem água mesmo”, afirma.

Só escapa quem não depende da água da Cagece, como é o caso do pescador aposentado Raimundo Adriano dos Santos, 80. Como o fornecimento em sua residência é feito através de cisterna, ele não teve problemas. E quando precisa, disse que recorre ao chafariz. “É uma água muito boa, a gente usa para beber e tudo”, comenta.

Através da assessoria de imprensa, a Cagece esclarece que, em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e a Prefeitura de Beberibe, está fazendo a substituição da tubulação que transporta a água para a adutora.

Conforme o órgão, o serviço teria sido concluído neste domingo – de substituição da tubulação e retirada de vazamentos. A partir de hoje, o bombeamento da água volta a operar, mas ainda em fase de teste. Por esse motivo, o retorno do abastecimento não será imediato.

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz