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Cavalos usados em passeios turísticos em Jeri são sacrificados; criadores protestam

Os animais teriam sido atestados com Anemia Infecciosa Equina, doença que não tem tratamento ou vacina. Agência reguladora argumenta que seguiu protocolo para evitar outras contaminações

Passeios a cavalo são uma das maiores atrações de Jericoacoara(foto: FCO Fontenele)

Entre as atrações turísticas oferecidas em Jijoca de Jericoacoara, no Litoral Oeste, estão o passeios com cavalos nas praias do Município. Entretanto, parte desses animais foi recolhida para ser encaminhada ao sacrifício. Isso porque os bichos teriam sido testados positivamente para a Anemia Infecciosa Equina (AIE).

Nas redes sociais, criadores dos cavalos protestaram contra o recolhimento dos animais. “Os nossos animais aí sendo entregues para o sacrifício sem ter direito nem a um reteste. Vão ser abatidos, mortos de forma cruel, sem a gente poder fazer nada, e os pais de família ficando sem seu ganha-pão”, desabafou um dos tutores enquanto gravava o momento da fiscalização.

Em nota, o Secretário de Agricultura e Abastecimento de Jijoca de Jericoacoara, José Calixto de Brito Neto, afirma que entrou em contato com Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), para “entender os motivos que levaram a uma ação do governo para a retirada de alguns animais da Vila”. “Segundo a Adagri, os animais serão sacrificados por terem sido atestados com Anemia Infecciosa Equina (AIE) e o Mormo”, completa a nota.

Em nota, a Adagri confirmou a eutanásia de dois equídeos que testaram positivos para Anemia Infecciosa Equina. “Como parte dessa ação também foi realizada uma reunião com todos os donos dos equídeos, na qual foram orientados de que dentro do processo de contenção de foco para AIE, era obrigatório o saneamento da propriedade, que foi realizada com a coleta de amostras de sangue de 69 equídeos. As amostras foram encaminhadas para o Laboratório do Ministério da Agricultura (Mapa), com a confirmação de mais 14 animais positivos para AIE”. Este grupo foi encaminhado para ser sacrificado nessa terça-feira.

Segundo a Agência, a eutanásia é procedimento padrão para a Anemia Infecciosa Equina e Mormo, por “serem doenças com alto poder de transmissão para outros equídeos”.

Entenda a doença

A Anemia Infecciosa Equina é uma doença viral crônica causada por um vírus e limitada a equinos (cavalos), asininos (jumentos) e muares (burros). A principal característica são episódios periódicos de febre, anemia, depressão, edema e perda de peso. A doença é encontrada em todo o território nacional, porém não tem tratamento ou vacina.

A transmissão ocorre através de picada de mutucas e das moscas dos estábulos e também por materiais contaminados com sangue infectado. Também é possível transmitir o vírus por meio da placenta, colostro e acasalamento.

Quando é detectado foco positivo de AIE, o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento preconiza desde 2004 o sacrifício dos bichos e a interdição da propriedade a fim de evitar a transmissão para outros animais.

Veja a íntegra da nota da Agência de Defesa Agropecuária do Estado

A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) informa que entre os dias 19 a 22 de novembro deu início a ação no município de Jijoca de Jericocoara, no Ceará, em localidades onde dois (02) equídeos positivaram para Anemia Infecciosa Equina (AIE). Os mesmos foram eutanasiados.

Como parte dessa ação também foi realizada uma reunião com todos os donos dos equídeos, na qual foram orientados de que dentro do processo de contenção de foco para AIE, era obrigatório o saneamento da propriedade, que foi realizada com a coleta de amostras de sangue de 69 equídeos. As amostras foram encaminhadas para o Laboratório do Ministério da Agricultura (MAPA), com a confirmação de mais 14 animais positivos para AIE.

Os proprietários tomaram conhecimento dos novos casos positivos previamente, seguindo planejamento da ação, bem como foram informados do deslocamento de fiscais e agentes agropecuários da Adagri para a execução da eutanásia nesta terça-feira (21).

Esse tipo de ação faz parte da rotina de trabalho da Agência, relacionada a eutanásia de animais positivos para AIE ou Mormo. Ambas são doenças que podem acometer os equídeos (equinos, muares e asininos) e não possuem nenhuma forma de tratamento, além do fato de serem doenças com alto poder de transmissão para outros equídeos. No caso do Mormo, a doença também pode ser transmitida aos seres humanos.

Vale ressaltar que a eutanásia dos equídeos foi realizado através de procedimento de anestesia geral, conforme preconizado pela legislação vigente do Conselho Federal de Medicina Veterinária. E que todos os procedimentos adotados seguem a legislação vigente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Fonte: https://www.opovo.com.br/

 

 

Zeudir Queiroz