Denúncias de que mulheres coreanas estariam sendo exploradas sexualmente, feitas pela população do Cumbuco, em Caucaia, aos ministérios públicos Federal e Estadual, fez com que a Polícia Federal prendesse quatro pessoas na madrugada de sexta-feira (4) para sábado (5). Batizada de operação Oriente, a ação mobilizou 30 policiais, que efetuaram buscas em três estabelecimentos comerciais nas praias de Icaraí e Cumbuco.
De acordo com informações repassadas pela PF, material de vídeo e foto foi recolhido na ação e deverá ser analisado para comprovar a existência ou não de mulheres coreanas sendo exploradas sexualmente naquela parte de Caucaia.
30 mulheres encontradas
Isso porque a operação Oriente não comprovou a denúncia nesta ação. De acordo com a delegada Juliana Pacheco, da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal no Ceará, e que está à frente da Operação, mais de 30 mulheres, com faixa de idade entre 20 e 30 anos, foram encontradas em um dos estabelecimentos no Cumbuco.
No entanto, nenhuma delas é estrangeira, segundo a PF. Sem quantificar, a Polícia informou que a maioria das mulheres encontradas são de Manaus, e outras, cearenses. Existe ainda a investigação de que elas tenham sido vítimas de um esquema de tráfico de pessoas.
Ao serem abordadas pela PF, todas elas informaram que moram nas proximidades do Cumbuco e, após prestarem depoimento, foram liberadas pelos agentes da PF.
Dos quatro detidos na operação, um era cliente, o outro era gerente do estabelecimento alvo da operação e os outros dois eram os proprietários do negócio – uma mulher brasileira e um homem sul-coreano. A PF informou que a mulher continua presa por ser acusada de tráfico de pessoas – crime inafiançável -, enquanto os três homens já foram liberados depois de efetuarem o pagamento de fiança e assinarem o termo de compromisso de comparecimento. Os nomes deles não foram divulgados pela Polícia.
Todos os quatro deverão responder pelos crimes de resistência à prisão e rufianismo (crime contra os costumes, que consistente em tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça).
Clientela
Conforme apurou a PF nas investigações, que duram mais de um ano, as casas de prostituição do Cumbuco visavam atender clientes sul-coreanos. A região, inclusive, tornou-se nacionalmente conhecida por abrigar boa parte dos imigrantes da Coreia que vêm trabalhar no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
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