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Canindé cria o Bolsa Verde para agricultores

Canindé. Há nove anos, um agricultor deste município trava uma luta no meio da caatinga, alertando para conscientização dos trabalhadores com a preservação da fauna e da flora. José Erivaldo Coelho Ferreira de 59 anos, que planta milho, feijão, melancia, mamão, acerola, cebolinha, coentro, alface, rúcula, todos produtos orgânicos, vai ganhar agora a Bolsa Verde, um programa da Secretaria de Meio Ambiente de Canindé.

“Estou há 9 anos buscando alternativas para mostrar aos colegas que tiram da terra o sustento a importância da convivência com o semiárido, na preservação das nascentes, da nossa floresta e dos animais”, explica Erivaldo Coelho.

O Secretário de Meio Ambiente de Canindé João Paulo Paulino anunciou que o Bolsa Verde é um programa de preservação da natureza na região. Primeiro iremos criar os guardiões da floresta e da caatinga. “Vamos incentivar as pessoas a lidar com a terra sem agressão, distribuir plantas nativas para fortalecer o ecossistema estão dentro do programa que terá como ponto de partida o Rancho São José de propriedade do ambientalista José Erivaldo”, ressalta João Paulo.

“Queremos despertar no público do sertão que ainda existem maneiras de convivência com a seca, basta buscar alternativas, e, isso nós estamos preparando o homem do campo para que ele possa estar presente no dia-a-dia do campo, produzindo, mas sem agredir o meio ambiente”, explica João Paulo que participou da procissão ecológica realizada por Erivaldo.

Incentivo

O segundo incentivo anunciado reúne as mulheres da comunidade de Minador, que agora irão aproveitar o óleo de cozinha, que antes era lançado no meio ambiente, sobretudo nos mananciais, para fabricação de sabão.

Os grupos já foram formados e apresentados durante a festa promovida na localidade de Minador. “Vamos começar com uma equipe de 8 mulheres, depois levaremos para outras comunidades, porque entendemos que a preservação ambiental é muito importante para o convívio das pessoas com o Semi Árido”, salienta o Secretário.

A Associação dos Pequenos Produtores de Minador e Adjacências, será a tutora do projeto que terá todo o processo de formação feito pela Prefeitura através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

“O óleo que antes causava danos ambientais, agora será uma fonte de renda para as mulheres, que muitas das vezes ficavam metade do dia na ociosidade, mas agora ganham um equipamento de trabalho importante para o aumento da renda familiar”, observa Irani Paulino que faz parte do grupo de ambientalista de Canindé que luta por dias melhores no campo.

O próprio Município vai comprar o sabão produzido pelas mulheres, que posteriormente será utilizado nas escolas, creches e outros setores públicos.

“O nosso grande objetivo é despertar na sociedade a importância de lidar com o meio ambiente. O que antes ia para agredir o solo, agora vai para um fonte de renda e que incentiva as pessoas a pensar melhor em relação a essa prática tão comum de pegar o resto do óleo que é utilizado para frituras diárias e depois jogado fora”, ressaltou.

Antônio Carlos Alves
Colaborador

Diário do Nordeste

 

Zeudir Queiroz