A Guarda Municipal (GM) de Araraquara, no interior de São Paulo, é investigada após uma denúncia de que agentes estariam utilizando as câmeras municipais de vigilância para seguir mulheres e casais, focalizando as partes íntimas dos transeuntes. Segundo a Câmara Municipal, a central de monitoramento implantada em uma sala da Arena da Fonte Luminosa, transformou-se em “uma espécie de sala de vídeos eróticos”.
Na quarta-feira, a vereadora Gabriela Palombo (PT), responsável pela denúncia, exibiu um vídeo mostrando as imagens captadas pelas, segundo ela, “poucas câmeras ainda em funcionamento” na rua Nove de Julho, na região central da cidade. De acordo com a vereadora, os operadores das câmeras focalizaram seios e nádegas de mulheres que passavam pelo local e deram total atenção para um casal de adolescentes que namorava na praça Pedro de Toledo. Ainda segundo a denúncia, os agentes já foram flagrados assistindo a um jogo de futebol com a central vazia e com todos os equipamentos desligados.
A vereadora recebeu o material de uma fonte anônima, com pouco mais de 30 minutos de imagens e já acionou o Ministério Público (MP). Ela encaminhará representações ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça, uma vez que o equipamento foi instalado com recursos federais.
“As informações que recebi dão conta de que essa canalhice é feita desde que a central foi instalada”. De acordo com a vereadora, o denunciante informou que existiriam muitas outras imagens salvas em uma pasta, que teria sido removida dos computadores da central. “O que se vê é desvio de finalidade de uma central de monitoramento que deveria servir de apoio à segurança pública; falta profissionalismo, capacidade, qualidade e responsabilidade de quem cuida de um equipamento importante como este”, disse a parlamentar.
Gabriela lembra que a GM rejeitou parcerias com as Polícias Civil e Militar para um trabalho conjunto na central. Ela destaca que “em locais onde deveria haver monitoramento já houve casos de vandalismo, ação de flanelinhas e até um homicídio que as câmeras não captaram”. Para a vereadora, isso se explica porque das 25 câmeras, apenas de 9 a 11 estariam em funcionamento.
“Já estive lá mais de uma vez e constatei a precariedade. Inclusive o promotor Raul (de Mello Franco Junior) também esteve lá e viu a situação”, aponta. “Prometeram que em 20 dias tudo estaria resolvido e todas as câmeras estariam em funcionamento, mas não é isso que está acontecendo”.
Segundo a câmara, a central foi implantada há três anos e custou pouco mais de R$ 1 milhão. A principal fonte de recursos, aproximadamente R$ 900 mil, foi obtida junto ao Ministério da Justiça por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). “É dinheiro público jogado fora. As pessoas de Araraquara estão pagando para serem espionadas de forma doentia. Passamos do limite aceitável”, conclui.
Fonte: Terra
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