Produção do crustáceo em cativeiro atingirá 40 mil toneladas neste ano, cerca de 50% de todo o volume nacional
Ao que tudo indica, neste ano os produtores de camarão em cativeiro do Ceará terão motivos de sobra para comemorar. Isso porque, de acordo com dados da Associação Cearense dos Criadores de Camarão (ACCC), a estimativa de produção do Estado para 2013 é de aproximadamente 40 mil toneladas (ton) do produto, um número 14,2% superior às 35 mil ton registradas no ano passado. Tal volume tem capacidade de gerar um fluxo de até R$ 600 milhões em negócios.
Somente no primeiro semestre deste ano, a produção de camarão nos cativeiros cearenses ultrapassou a marca de 20 mil toneladas, um aumento de 25% na comparação com igual período de 2012 Foto: Divulgação
“Os profissionais da carcinicultura (técnica de criação de camarões em viveiros) cearense estão todos otimistas para o desempenho deste ano, que vem sendo muito bom para o setor. Para se ter uma ideia, somente no primeiro semestre a produção foi de 20 mil toneladas, um aumento de 25% na comparação com o mesmo período do ano passado”, afirma o presidente da ACCC, Cristiano Peixoto.
O Ceará, inclusive, desponta, como o estado brasileiro que mais produz camarão em cativeiro, tendo superado o Rio Grande do Norte – outro grande polo nacional- em 2010 e aumentado a diferença deste então. “Em 2013, praticamente 50% de toda a produção nacional será oriunda do território cearense”, comenta Peixoto.
Sobre o diferencial que o Ceará possui com relação aos outros locais do Brasil, o presidente da ACCC garante que “o nosso maior triunfo é exatamente o clima quente do Estado, tendo em vista que para um maior desenvolvimento do crustáceo é necessário temperaturas regulares acima de 28°C, pois abaixo disso o animal adoece”.
Sobre as áreas do Ceará que mais se destacam na produção de camarão, a ACCC informa que os maiores polos estão em Acaraú, Coreaú, Curu, baixo e médio Jaguaribe e nas imediações do rio Piranji, em Quixadá.
Mercado interno
Um detalhe que chama atenção sobre a produção cearense de camarão é que absolutamente nenhuma parcela do produto é negociada com o mercado exterior, mas com outros estados do Brasil. “20% do crustáceo fica no Ceará e o resto acaba indo principalmente para o eixo Sul/Sudeste. Cegamos a exportar até o ano de 2005 para os Estados Unidos e Europa, mas os americanos colocaram taxas altíssimas para proteger o mercado interno deles e os europeus acabaram atraídos pelo mercado asiático, que chegou com preços menores que os nossos. Sorte do mercado interno, que passou a contar com um produto de qualidade internacional”, diz.
Sobre os valores cobrados nos viveiros, a ACCC informa que, atualmente, o quilo do camarão que pesa de 10 a 12 gramas sai, em média, por R$ 10. A partir de agosto, porém, esse preço deve subir para mais de R$ 12, já que haverá um aumento gradual na demanda com a proximidade das festas de final de ano.
Setor com potencial
Ainda sobre a carcinicultura cearense, Cristiano Peixoto afirma que o governo do Estado deveria incentivar mais a prática, tendo em vista que a atividade tem um potencial bastante elevado de negócios e não sofre com os períodos de estiagem. “Geramos 15 mil empregos diretos no Ceará e, diferentemente da agropecuária, não precisamos de chuvas abundantes para desenvolver o nosso produto. Só necessitamos de água do mar e dos rios cearenses”, finaliza.
ÁQUILA LEITE
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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