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Alunos de Caucaia vão para olimpíada no exterior

Tudo nasceu do amor pelos números. Uma conta levou a uma medalha que levou a outra conta que levou a outra medalha que vai fazer cinco sorrisos desembarcarem em Kuala Lumpur. Davi, Bruna, Isadora, Lucas e Andrea sairão do Conjunto Nova Metrópole rumo à capital malaia, na Ásia, dentro de menos de dois meses.

Eles integrarão a delegação brasileira na Olimpíada Internacional de Matemática. Serão cinco representando uma Caucaia de cerca de 360 mil habitantes. “Mas não ‘tô’ com medo porque sinto que vai dar certo. Já fiz outras olimpíadas e esse ano ‘tô’ focando muito pra conseguir me dar bem”, diz Davi Maciel Dias.

O jovem e os quatro colegas foram alunos da Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental (EEIEF) Francisca Alves do Amaral e são os únicos estudantes cearenses na delegação oriundos de uma unidade educacional mantida por uma prefeitura. Todos os demais representantes do Estado são de três Escolas de Educação Profissional, equipamentos mantidos pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc).

O quinteto assegurou vaga na comitiva após apresentar excelente desempenho na edição brasileira da Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras do ano passado. À época, todos cursavam o nono ano do Ensino Fundamental na EEIEF Francisca Alves do Amaral. Vão agora interagir com jovens de diversos países e regiões do planeta.

Até lá, Davi pretende manter a rotina de dedicar o dia inteiro às lições com números. Ele entra na escola de manhã cedinho e fica livre só por volta das 21 horas. Hoje no primeiro ano do Ensino Médio, o garoto tem verdadeira paixão por… Física. “De manhã, eu estudo por conta própria. Vou pra Biblioteca da escola porque acho melhor. De tarde até a noite, aí é aula normal”, revela o estudante.

Diretor da Escola, o professor José de Sousa Sales atribui os bons resultados dos alunos em diversas olimpídas à metodologia vigente na unidade desde 2015. Lá, os educadores trabalham as habilidades dos jovens. “Cada um tem uma habilidade específica. Um gosta de esporte, outro gosta de música, outro gosta de trabalhos manuais… A gente identifica e potencializa. Isso faz os meninos se apaixonarem pela escola. Ao se apaixonarem, eles permanecem na escola, aumentam o rendimento e os resultados são evidentes”, explica.

Conforme Sales, essa preocupação com a história e os desejos do estudante fez o índice de aprovação da EEIEF Francisca Alves do Amaral saltar de 69% em 2015 para 99% no ano passado. A evasão despencou para praticamente zero. E tudo é feito em parceria com a comunidade do entorno.

Além disso, os alunos não ficam fixos numa única sala. Eles migram de acordo com a necessidade da aula, seguindo o modelo norte-americano de ensino. Tanto empenho coletivo fez a unidade ganhar 54 medalhas só na Olimpíada de Astronomia do ano passado. Resultados que empolgam a escola inteira. “É a cultura da escola. Todo mundo acredita em si, acredita no outro e está sempre motivado a estudar um pouco mais. Todos vestem a camisa da escola porque acreditam nela”, acrescenta Sales.

Para quem não acredita no poder transformador da educação, o professor-diretor ensina: “Não existe criança ruim. Existe criança querendo fazer o que gosta. O mundo é que nem sempre dá oportunidade. Então, a gente tem que contagiar as nossas crianças com coisas boas.”

SOBRE A OLIMPÍADA NA ÁSIA

É uma competição entre estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio de escolas públicas e privadas. Existe para estimular o interesse pela Matemática e promover a melhoria do aprendizado desta ciência. Acontece desde 2012 com a participação anual de mais de 2.000 estudantes de diversos países.

SERVIÇO

Olimpíada Internacional de Matemática na Ásia.

Quando: 2 a 6 de agosto.

Onde: em Kuala Lumpur, capital da Malásia.

Fonte: Assessoria de Comunicação

Zeudir Queiroz