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Agricultores já preparam o plantio em Canindé

Na localidade de Corrente, em Canindé, famílias inteiras preparam a terra, plantam e rezam para que as chuvas continuem de forma regular, ao contrário do que prognosticou a Funceme, um inverno abaixo da média FOTO: ANTONIO CARLOS ALVES
Na localidade de Corrente, em Canindé, famílias inteiras preparam a terra, plantam e rezam para que as chuvas continuem de forma regular, ao contrário do que prognosticou a Funceme, um inverno abaixo da média
FOTO: ANTONIO CARLOS ALVES

Canindé No Distrito de Varzante do Curu, a 70 quilômetros da sede uma das regiões mais produtivas do Vale do Ubiraçu, no município de Canindé, um dos mais castigados com a pior seca dos últimos 60 anos, agricultores dão exemplo de fé, força, coragem e esperança e já realizam o plantio, apesar das previsões da Funceme, segundo as quais nós teremos um período invernoso abaixo da média.

Antônia Dias Farias mostra com orgulho sua roça de um hectare de milho e feijão consorciado, semeada no dia 4 de fevereiro deste ano.

“Plantei 10 litros de milho e 10 de feijão. Se tivermos inverno, vai dar para fazer 40 sacas de cada cultura”, diz. Segundo ela, no ano passado, mesmo com o tempo ruim, produziu no mesmo espaço e com a mesma quantia de sementes 14 sacas de milho e uma saca e meia de feijão.

Na localidade de Corrente, famílias inteiras preparam a terra, plantam e rezam para que as chuvas continuem. Vidal Parente que no ano passado plantou quatro hectares de milho, repetia ontem a dose. Ele e mais três pessoas não perdiam tempo e colocavam as sementes na cova. “Somente nesse pedaço de chão produzi 80 sacas de milho, que ainda tenho para alimentar meus animais”, contou. Os irmãos Pedro e Dionísio Parente, sem condições de pagar uma hora de trator, que custa hoje R$ 100,00, devido à alta do óleo diesel, usam cultivador puxado a tração animal no preparo de 1 hectare para plantio de milho, feijão e sorgo.

“Estamos cultivando porque não temos condições de bancar as horas de trator. Mas com fé em Deus e muito esforço vamos plantar e rezar que o criador mande mais chuva para salvar nossa lavoura”, disse Pedro.

Em Longá, São Bernardo, Jacurutu, Baixa Fria, Bom Jesus, Transval e Balança, se vê agricultores com enxadas, cuias com milho, feijão e sorgo, plantando. O agricultor Pedro Firmino dos Santos, da localidade de Balança na, divisa de Canindé e Aratuba cuidava sozinho de um plantio de feijão do mês de janeiro, numa área de dois hectares.

“Foi com as primeiras chuvas que plantei só feijão que tinha guardado. Se não parar de chover, vai dar para fazer alguma coisa. O ruim é porque quando falta chuva a planta morre e a gente fica sem condições fazer outro plantio, porque faltam as sementes”, lamentava Firmino.

Manoel Silva e Antônio Carlos plantaram feijão em um pedaço de terra às margens da CE-257, que liga os dois municípios mencionados. “Aqui a planta é de metade. Se der um saco tem que ser dividido”, explica Manuel Silva.

Comemoração

O Secretário de Agricultura e Recursos Hídricos de Canindé, José Airton Maciel, também comemora a volta das chuvas. “Graças a Deus começou o que a população do campo mais queria: chuva. As sementes do Programa Hora de Plantar já estão sendo entregues pela Ematerce com o apoio da Prefeitura e agora é só pedir a proteção divina na certeza que teremos alimento e água para nosso povo”, entusiasma-se o secretário.

Antonio Carlos Alves
Colaborador

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz