Quixadá. Enquanto Canindé, Varjota e Baturité preocupam os órgãos de saúde pública, em razão do maior risco para o surto da dengue no Ceará, e mais outras 45 cidades estão em alerta em relação à doença, 22 municípios do Ceará apresentam realidade inversa. Até a divulgação do último boletim emitido pela Secretária da Saúde do Ceará (Sesa), emitido na sexta-feira passada, 10, estas 22 cidades não apresentavam registros de casos notificados e confirmados de dengue. Destas, 17 não registravam nem índices de infestação predial pelo mosquito Aedes aegypti.
Conforme o levantamento feito por meio do boletim da Sesa, Apuiarés, Paraipaba, São Luiz do Curu, Tejuçuoca, Acarape, Guaiúba, Palmácia, Redenção, Aracoiaba, Aratuba, Guaramiranga, Mulungu, Itatira, Madalena, Fortim, Pedra Branca e Senador Pompeu ainda não têm nenhum caso de dengue registrado este ano. Além destes municípios, as cidades de Banabuiú, Choró, Ibaretama, Milhã e General Sampaio entram na lista, embora tenham foco do inseto transmissor em parte dos imóveis.
O segredo, apontado por alguns gestores municipais, está na consciência social coletiva e na ação das cadeias de saúde pública locais. Trata-se de um trabalho contínuo, realizado ao longo dos últimos anos. De um lado a população colabora, evitando a proliferação do vetor, o Aedes aegypti, e do outro há a constante vigília das equipes de saúde. Outras ações realizadas para elevar a corresponsabilidade dos moradores são a mobilização estudantil e a utilização das redes sociais e programas de rádio. Nestes meios, o recado é direto: “a dengue mata”.
A secretária de Saúde de Banabuiú, Sâmia Cristina de Oliveira, confirma as ações de prevenção no seu município. A gestora destaca como medida de enfrentamento ao mosquito a participação de estudantes, por meio da realização de esquetes teatrais sobre o tema. Outras estratégias são a mobilização social e até a intervenção do Ministério Público Estadual (MPE), nos casos em que os moradores proíbem agentes de endemias de fazer as inspeções domiciliares. Por este motivo, 0,22% dos imóveis da cidade ainda apresentaram infestação.
Intensificação
Mesmo assim, os trabalhos continuam, com a vedação das caixas d’água com telas e, em alguns casos, até a utilização de tampos de gesso. O peixamento – introdução de peixes nos reservatórios de água, incluindo cacimbas – também é outra alternativa utilizada. Quando há suspeita de um caso, o coordenador de Endemias e sua equipe fazem busca ativa no quarteirão.
Os profissionais da Saúde investigam se algum morador viajou para outra região e contraiu a doença ou trouxe o mosquito na bagagem. O bloqueio da área com suspeita de infestação é feito imediatamente.
Empenho
“Apesar de não termos registros de dengue no nosso município nos últimos cinco anos, nossas equipes de Endemias e de Epidemiologia estão constantemente focadas na prevenção da dengue. Parte desse empenho está associado à valorização desses profissionais. Além das confraternizações tradicionais, como o Natal, também promovemos torneios esportivos. No total contamos com 16 agentes, e profissionais de outros núcleos, todos merecedores desse mérito”, acrescenta o secretário.
Com cerca de 19 mil habitantes, Madalena é um dos quatro municípios do Sertão Central onde, de acordo com a Sesa, não há registro da dengue, nem de infestação predial. Porém, o secretário municipal de Saúde, Airton Gomes, corrige: os focos nos imóveis já são de 1,5%.
O gestor ressalta o comprometimento dos profissionais da saúde locais. Neste ano, no primeiro Levantamento de Infestação por Amostragem, foram vistoriados 11.014 prédios. Destes, 6.333 necessitaram de tratamento.
Mais informações
Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa)
Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema,
Fortaleza- CE
www.saude.ce.gov.br
Alex Pimentel
Colaborador
Fonte: Diário do Nordeste
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