O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, assinou nesta quarta-feira (9), edital que autoriza a abertura oficial do processo de beatificação e canonização de Dom Hélder Câmara. O pedido foi enviado ao Vaticano no ano passado, e o parecer favorável da Congregação para as Causas dos Santos chegou à Arquidiocese de Olinda e Recife na segunda, dando ao religioso cearense, nascido em 1909, o primeiro passo para a canonização. Primeira reunião para andamento do processo será no dia 3 de maio.
O aval da Santa Sé foi comunicado por meio de carta do presidente da Congregação, Cardeal Angelo Amato, menos de dez dias depois que o responsável pelo dicastério confirmou o recebimento do pedido de abertura do processo de Dom Helder, no dia 16 de fevereiro. Contudo, a correspondência só chegou à arquidiocese nesta segunda-feira, 6.
Próxima fase do processo
Após a beatificação, a próxima fase consiste na canonização. Esta etapa consiste em reconhecer as “virtudes heróicas”, a comprovação de outro milagre do ex-arcebispo. Para isso, uma comissão jurídica será nomeada por dom Fernando Saburido, informou a assessoria de comunicação da arquidiocese.
O tribunal, como é chamado o grupo de trabalho, será formado por cinco membros: juiz delegado e promotor de justiça (ambos canonistas), notário, notário adjunto e cursor. A primeira sessão de atividades da comissão será no próximo dia 3 de maio, durante Missa presidida pelo arcebispo, às 9h, na Igreja Catedral Sé de Olinda. Na ocasião haverá a nomeação oficial e o juramento dos escolhidos.
Trajetória
Dom Helder Câmara nasceu em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, e teve 12 irmãos. Após entrar muito jovem no Seminário da Capital do Ceará, se tornou padre aos 22 anos. Foi um dos criadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Comandou a Arquidiocese de Olinda e Recife até o dia 10 de abril de 1985, quando – por atingir a idade limite de 75 anos – foi substituído pelo arcebispo dom José Cardoso Sobrinho. Ele morreu em sua casa, no Recife, em 27 de agosto de 1999, devido a uma insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Catedral São Salvador do Mundo, em Olinda.
Pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos, dom Helder recebeu vários prêmios internacionais, como Martin Luther King, nos Estados Unidos, 1970; e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega, 1974. O religioso é autor de 22 livros, a maioria ensaios e reflexões sobre o terceiro mundo e a Igreja.
Fonte: Diário do Nordeste
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