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Presos oficiais suspeitos de tentativa de golpe na Venezuela

Golpe na VenezuelaCaracas. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou ontem que cinco oficiais da Força Aérea foram detidos pelas autoridades, por suspeita de envolvimento em plano para um golpe de Estado, com o apoio de vários opositores.

“Desmantelamos um atentado golpista contra a democracia, contra a estabilidade da nossa pátria. Trata-se de nova tentativa de usar um grupo de oficiais da Força Aérea para provocar ato violento, um atentado, um ataque”, disse Maduro.

Em declarações ao canal estatal de televisão, Maduro disse que os cinco oficiais detidos tinham instruções para gravar vídeo de um “general golpista, Oswaldo Hernández Sánchez, que está preso e julgado”, para depois, “com um avião Tucano (de fabricação brasileira), bombardear o palácio do governo”, as sedes dos ministérios da Defesa, do Interior e da Justiça, e do canal de televisão Telesur.

Segundo o presidente, a aeronave seria trazida do exterior porque os aviões do mesmo modelo a Força Aérea venezuelana estão fora de operação.

Ele não mencionou qual país emprestaria o avião militar aos golpistas. “Todos os oficiais envolvidos estão presos e prestam depoimentos. Pagaram-lhes em dólares, foram ativados, deram-lhes uma missão e vistos norte-americanos”, acrescentou, ao denunciar o envolvimento dos Estados Unidos na conspiração. Maduro disse que o financiamento da operação viria de Miami, em referência aos opositores que moram na cidade americana.

A denúncia foi feita pelo mandatário após manifestantes irem às ruas em lembrança ao aniversário de um ano do início dos protestos contra o governo, que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio do ano passado.

Desde que assumiu o governo após a morte do presidente Hugo Chávez, em março de 2013, Maduro acusa os opositores de quererem articular um golpe.

Provas

Horas depois do discurso, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello, disse que o plano golpista foi articulado pelo deputado opositor Julio Borges e o general Maximiliano Hernández, um dos presos na ação do governo.

Apresentando mapas que teriam sido encontrados na casa dos militares presos, Cabello também citou como provas a apreensão de fardas dos oficiais presos e fotos de uma diplomata norte-americana que esteve na Venezuela para verificar as condições da prisão do dirigente opositor Leopoldo López, acusado de incitação à violência nas manifestações do ano passado.

Protestos

Anteontem, soldados venezuelanos bloquearam estudantes durante marchas de protesto contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enquanto manifestantes pró-governo também caminharam no aniversário das manifestações de 2014 que resultaram em 43 mortes.

Soldados da Guarda Nacional e da polícia usaram gás lacrimogêneo na cidade de San Cristóbal, no oeste do país, contra manifestantes estudantis que arremessavam pedras e coquetéis molotov.

Cinco integrantes das forças de segurança e três manifestantes ficaram feridos no enfrentamento, e quatro estudantes foram detidos, de acordo com testemunhas e autoridades.

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz