Fortaleza. Quase dois anos após sua inauguração, o Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, começou a operar ontem num cronograma no qual a primeira fase se fará a definição do Plano Diretor e validação das condições de usabilidade da infraestrutura. Quando estiver com a capacidade plena de funcionamento, terá um gasto mensal de, pelo menos, R$ 10 milhões, sendo que 28% contará com financiamento do governo federal e o restante do governo do Estado. A expectativa é que comece atender os pacientes até 31 de outubro deste ano.
O início da operação foi comunicado pelo titular da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Henrique Javi, em coletiva concedida durante a tarde de ontem, na sede administrativa do órgão. Ele informou que, diante da complexidade do hospital, e a exemplo das demais unidades regionais, está disposto um cronograma de implantação, que deverá culminar até 31 de maio do próximo ano, quando se espera o início do atendimento na emergência e da internação obstétrica de alto risco.
O secretário, que esteve acompanhado da equipe técnica do hospital, especialmente do diretor geral, Marcelo Theophilo Lima, chamou a atenção para o fato de que a unidade dá mais um importante passo na descentralização dos atendimentos secundário e terciário na rede de saúde do Estado e, ao contrário de regiões onde houve uma redução dos serviços, o Ceará aumenta fortemente a atenção com a saúde. A restrição hídrica que atinge a região, com os açudes secos, não comprometerá os serviços de saúde, conforme afirmou Henrique Javi. Ele explicou que um sistema de adutora atenderá as demandas.
Complexidade
Apesar de destacar que a unidade terá um desenvolvimento por etapas, ele não descartou a possibilidade de recorrer à terceirização, em vista de que os aprovados no concurso não atendem toda a oferta de pessoal necessária.
Para o diretor do hospital, Marcelo Theóphilo, há uma complexidade natural no funcionamento de um hospital, mas que haverá uma atenção especial para o atendimento das metas estabelecidas pelo cronograma planejado pela Sesa.
O novo hospital deverá atender a população de 625.641 habitantes dos 20 municípios da Macrorregião de Saúde do Sertão Central: Boa Viagem, Canindé, Caridade, Itatira, Madalena, Paramoti, Banabuiú, Choró, Ibaretama, Ibicuitinga, Milhã, Pedra Branca, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Solonópole, Aiuaba, Arneiroz, Parambu e Tauá.
Treinamento
Do total de leitos, 209 são de internação geral e 60 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). São nove salas de cirurgia e 14 salas para realização de exames de imagem. Em pleno funcionamento, o HRSC empregará 1.640 profissionais de nível fundamental, médio e superior, entre os quais 312 profissionais de Medicina. O HRSC contará também com um Centro de Atenção à Saúde Sexual e Reprodutiva da Mulher, com cinco salas obstétricas, com leitos PPP (pré, parto e pós-parto).
Promessa
Por enquanto, conforme informou Herique Javi, haverá um treinamento da equipe médica e dos demais profissionais de saúde, especialmente para se adaptarem aos equipamentos e seus softwares.
Inaugurado em dezembro de 2014, o HRSC permaneceu fechado por quase dois anos, sem receber nenhum dos mais de 625 mil pacientes dos 20 municípios que prometeu atender. Durante uma transmissão ao vivo, em seu perfil no Facebook, Camilo Santana chegou a dizer que a unidade estaria aberta entre o fim de junho e o início de julho.
SAIBA MAIS
Cronograma de trabalho
Até 30 de setembro de 2016
Definição do Plano Diretor do Hospital * Validação das condições
De usabilidade da infraestrutura e equipamentos
Até 31 de outubro de 2016
Início do funcionamento do ambulatório de cirurgia e dos serviços de exames laboratoriais e de imagem
Até 31 de dezembro de 2016
Início da internação cirúrgica eletiva, do centro cirúrgico e do ambulatório multiprofissional
Até 28 de fevereiro de 2017
Início das internações em UTI para adulto e na clínica médica para adulto
Até 30 de abril de 2017
Início das internações em UTIs pediátrica e neonatal, clínica pediátrica e Unidade de Cuidados Especiais
Até 31 de maio de 2017
Início do atendimento na Emergência e da internação obstétrica de alto risco
Investimento
Os custos foram de R$ 147 Milhões do Estado e BNDES
Fonte: Sesa
ENQUETE
Como avalia o equipamento?
“Por muitas vezes eu assisti o vai e vem de ambulâncias cruzando as estradas do sertão, conduzindo vidas. Muitas delas se perderam pelo caminho até chegar à Capital. Agora, nossos irmãos terão mais chances”
Antônio Eduardo Nascimento
Professor
“Conheço gente que já precisou deste hospital e ele esteve fechado até agora. O início do funcionamento vai ser bom, não apenas para Quixeramobim, mas para outras cidades do Sertão Central”
Larissa Johanna Reis
Estudante
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