Representantes de 20 das 22 empresas que formam o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) foram apresentados nesta quarta-feira (17/5) ao novo Plano de Governo de Caucaia. As diretrizes municipais dos próximos quatro anos marcaram a terceira edição do programa “Diálogos & Ideias”, promovido pela Associação dos Empresários do Cipp (Aecipp) para aproximar poder público e iniciativa privada em prol do desenvolvimento da região. O encontro aconteceu na sede do Instituto Federal do Ceará (IFCE) do Pecém.
Acompanhado de todo o secretariado municipal, o prefeito Naumi Amorim declarou total apoio às ações da Aecipp e colocou a gestão à disposição da entidade para viabilizar parcerias, especialmente no tocante à capacitação de mão-de-obra. Importante equipamento de qualificação profissional por ofertar cursos técnicos e de formação continuada, o campus Pecém do IFCE teve em 2016, conforme levantamento interno, apenas 28% dos seus alunos oriundos de Caucaia. A maioria – 30% – foi de Fortaleza.
A necessidade de infraestrutura e a falta de mão-de-obra qualificada são as duas maiores demandas da Aecipp. “O futuro da gente passa pela educação. Por isso, se for preciso dar infraestrutura para trazer mais gente de Caucaia pra cá, a Prefeitura vai dar. Porque as pessoas só acham emprego se estiverem capacitadas”, pontuou Naumi Amorim.
O prefeito lembrou que Caucaia foi a cidade cearense com a maior geração de empregos formais em março. Contudo, muito ainda precisa ser feito. “A cidade é grande e cheia de desafios. Por isso, a gente tem o sonho de ver nosso município com mais trabalho e indústrias. Nós pegamos Caucaia acabada. Mas estamos organizando e já melhorou muito. Aos poucos, e com a compreensão da população, vamos ter uma cidade melhor. O dinheiro é pouco e precisa ser bem distribuído”, declarou.
Titular da Secretaria Municipal de Plajenamento Urbano e Ambiental (Seplam), Francisco Caminha apresentou os principais pontos do Plano de Governo. O documento prevê uma série de ações de curto, médio e longo prazo, com foco no desenvolvimento sustentável de Caucaia.
Caminha disse que o empresariado deve esperar quatro coisas da Prefeitura: regras claras, agilidade, segurança jurídica e um Plano Diretor adequado. Esse último deve ser encaminhado para análise da Câmara de Vereadores em junho. Segundo o secretário, a administração municipal quer apoiar novas indústrias, fábricas e comércios sem prejudicar os já existentes.
Para isso acontecer, os sistemas públicos de saúde e educação, além do setor turístico, por exemplo, devem funcionar bem. “Nós temos que pensar a longo prazo, mas nos preparar para agirmos a cutro prazo. Temos que construir as bases de uma cidade mais civilizada e saudável. E pode vir da iniciativa privada a ajuda que Caucaia precisa”, pontuou Caminha.
O presidente da Aecipp defendeu que as empresas do Pecém preocupem-se cada vez mais com o entorno do Complexo. “O olhar não pode ser só local. Se for, teremos um Cipp rico e um entorno pobre. E não adianta falar em desenvolvimento se não tivermos pessoas qualificadas. Isso não atrai investidores. Nem funcionários”, disse Ricardo Parente.
O Cipp é composto por quatro setores de empresas: indústrias de base, serviço, comércio e de apoio. O complexo soma quase 51 mil empregos diretos e indiretos e tem mais de R$ 28,5 bilhões investidos, inclusive de capital internacional. São 13.337 hectares, sendo 53% desse espaço no território de Caucaia e os demais 47% pertencentes a São Gonçalo do Amarante.
“Onde você tem desafios tem possibilidades. Quando a gente tem bons projetos, consegue dinheiro em vários lugares do munco. Se a gente não cuidar desse Complexo, ele vai virar uma experiência negativa. Isso eleva custos e não gera emprego. Nós temos que criar corpo para resolver os problemas e gerar mais oportunidades para todos”, acrescentou Parente.
O pensamento do presidente da Aecipp é similar ao da diretora comercial da Ceará Portos, Rebeca Oliveira. Conforme ela, o Porto do Pecém deve movimentar cerca de 15 milhões de toneladas de cargas em 2017. Foram 11 milhões de toneladas no ano passado. Um aumento de 36%. E a expectativa é de chegar a 18 milhões de toneladas em 2018, o que representaria uma evolução de 63%. Em 2016, o equipamento foi o que mais cresceu percentualmente em todo o Brasil no tocante à movimentação.
O Porto do Pecém tem como referência o desempenho e a logística do Porto de Singapura, considerado o maior do mundo. “Todo cearense tem que ter orgulho do Porto do Pecém, que foi criado para duas coisas que na época (em 2002) não existiam (sinderúrgica e refinaria). Ele recebeu inicialmente só 17 contêineres e hoje tem uma função estratégica para o Ceará e para o país”, frisou Rebeca.
Fonte: http://www.caucaia.ce.gov.br/s
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