Crise na saúde em Quixadá movimenta oposicionistas

Quixadá.. A crise na saúde pública de Quixadá, considerada a maior cidade do Centro do Estado, com mais de 80 mil habitantes, não está perto de terminar. Pelo é essa a opinião de parte da população e vereadores da bancada oposicionista a administração municipal. Ontem pela manhã, na sessão ordinária, um deles, Higo Carlos Cavalcante, ingressou com solicitação de interdição estadual no sistema de saúde de Quixadá. O pedido acabou não sendo aprovado. Havia necessidade de aprovação de maioria absoluta, pelo menos nove votos a favor. Mas faltou um voto dentre 15 representantes da Casa Legislativa. Mesmo assim, o parlamentar municipal alegou descontrole na área da saúde no município. Ele apontou as constantes mudanças de secretários da pasta e a falta de projetos que garantam qualidade de vida para população como problemas graves da atual gestão para assegurar os direitos básicos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Denunciou, ainda, a falta de medicamentos, materiais hospitalares e até falta de combustível para transporte de profissionais da saúde as zonas rurais. “Faltam insumos básicos para o desenvolvimento do trabalho como receituários para prescrição”, ressaltou. Coincidentemente, no dia anterior à sessão , os 17 membros do Conselho Municipal da Saúde se reuniram para apreciar a prestação de contas do exercício do ano anterior, 2013. Conforme o presidente do Conselho Municipal, enfermeiro Daniel Rodrigues, não foram aprovadas. Houve falta da apresentação de documentos, de notas de empenho e dos gastos. Apenas extratos bancários foram apresentados, apesar do Conselho ter protocolado o pedido junto a Secretaria de Saúde e a Controladoria do Município. Interesse Na avaliação do presidente do Conselho da saúde, falta interesse dos representantes do poder legislativo local para solucionar o problema da saúde pública, considerado por ele muito grave. Para ele, apesar de ser drástica, a interdição é a medida mais rápida para resolver a crise na assistência à saúde pública. “É triste a gente saber que um paciente foi a óbito porque o médico foi obrigado a mandar ele de volta para casa porque não tem medicamento. Rezo todos os dias para um familiar meu não adoecer”, desabafou. Acerca da crise, a secretária de Saúde de Quixadá, Celene Bandeira, a sétima nomeada pela administração atual, empossada na semana passada, informou estar adotando todas as medidas necessárias para solucionar os problemas enfrentados nos últimos meses. Um deles foi a aquisição de medicamentos. Segundo disse, o abastecimento do Hospital Municipal Eudásio Barroso, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e dos postos de saúde já está sendo normalizado. O quadro clínico e auxiliar das unidades de assistência à saúde também está sendo reorganizado. Até o fim do mês a população não enfrentará mais transtornos, excetuando-se a falta de vacinas para recém-nascidos, fornecida pela Secretaria de Saúde do Estado. Esforço A secretária destacou o período de 45 dias para melhorar o atendimento à população. Ela reconheceu ainda a necessidade de reduzir o quadro de profissionais da sua pasta e ao mesmo tempo evitar o desfalque nos plantões do Hospital Municipal, da UPA e no atendimento dos postos de saúde da família. Haverá esforço de sua equipe, garantiu. Sobre a mobilização na Câmara Municipal, o procurador da Prefeitura de Quixadá, advogado Edil Cavalcante, informou não ser de competência do legislativo local qualquer decisão acerca de uma possível intervenção Estadual. Explicou que esse processo compete aos representantes da Assembleia Legislativa. Mesmo assim, somente após explanação sobre os problemas é a medida poderia ser adotada. “Considero estranha essa medida, além do mais ainda não recebemos nenhum pedido a respeito. Certamente a decisão mais benéfica para a nossa população será tomada pelo nosso prefeito”, disse. ENQUETE Como vê a saúde pública em Quixadá? “Acho que há muitas pessoas que estão querendo se aproveitar de um problema que existe em todo o País. Ao invés de interditar, entendo que o ideal seria que esses políticos pudessem ajudar mais”. Áurea Maria dos Santos Agricultora “Estamos vivendo uma crise. A interdição é necessária sim, pelo menos enquanto o Município não consegue normalizar o atendimento à população. Se existem muitas reclamações é porque algo está errado” Luciano da Silva Júnior Autônomo Alex Pimentel Colaborador Do Diário do Nordeste  
Zeudir Queiroz

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