Dezenas de mensagens nas redes sociais falaram de assaltos em série. A maioria não foi confirmada pela Polícia.
Boatos sobre ´arrastões´ se proliferaram, na tarde de ontem, nas redes sociais em decorrência da paralisação das atividades de parte da Polícia Militar desde a noite da última quinta-feira. A estratégia passou a ser utilizada pelos manifestantes com o intuito de provocar um clima generalizado de pânico entre a população da Capital e atingir o comércio local.
Na tarde de ontem, dezenas de mensagens postadas por cidadãos falavam do clima de medo em decorrência das informações sobre ataques de criminosos nas principais vias da Capital e bairros das zonas leste e oeste. A Reportagem apurou que, de concreto, ocorreram assaltos na Barra do Ceará, na Varjota e na Aldeota. Em um deles, um professor universitário foi atacado na Avenida Dom Luiz, mas os ladrões acabaram sendo presos, em flagrante, por uma das patrulhas da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) que estão auxiliando no policiamento de Fortaleza.
Além das redes sociais, as falsas notícias de ´arrastões´ também foram repassadas por telefone às redações dos jornais e televisões. No meio da tarde, um dos boatos falava de uma invasão de bandidos ao hospital ´Gonzaguinha´ da Barra do Ceará. Outra, falava de uma barricada montada por assaltantes no Anel Viário e até o ataque a um carro-forte na área da Maraponga.
Na mesma linha da boataria na internet, surgiram informações – não confirmadas – de que os ônibus estariam parando nos terminais da Capital.
Fonte: Diário do Nordeste
Ordem pública
Em entrevistas ao longo do dia, as autoridades da segurança Pública informaram que as tropas federais já em atuação nas ruas de Fortaleza desde a última sexta-feira (30) terão reforço de contingente caso isto seja necessário. No momento, além de aproximadamente 350 homens da Força Nacional de Segurança, vindos de Brasília, estão mobilizadas tropas especializadas do Exército dos Estados do Ceará (23ºBatalhão de Caçadores e do Batalhão de Crateús), Piauí (25ºBC), Maranhão (24ºBC) e Pernambuco (4ºBatalhão de Polícia do Exército e Pelotão de Controle de Distúrbios Civis/CDC, de Recife).
Este reforço se junta ao efetivo do Batalhão de Policiamento de Choque da PM cearense que, juntamente com o grupo Raio (Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas), Companhia de Eventos, Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e Casa Militar não aderiu ao movimento de paralisação por melhores salários.
Interior
Contudo, no Interior, ocorreram, ontem, novas adesões ao movimento. Agora, além do Ronda do Quarteirão de Sobral, também cruzaram os braços os PMs destacados no Cariri, Maciço de Baturité e no Sertão Central.
NÚMERO
100 viaturas foram disponibilizadas pelo governo do Ceará às tropas federais para o patrulhamento na Capital e região metropolitana
FERNANDO RIBEIRO/FERNANDO BARBOSA/EMERSON RODRIGUESEDITOR/REPÓRTERES
Movimento atinge destacamentos no Interior cearense
No começo da tarde de ontem, foi a vez dos policiais militares destacados na 2ª Companhia do 1º Batalhão Policial Militar, com sede em Quixadá (a 158Km de Fortaleza) e dos pelotões e destacamentos dos Municípios da Região Centro do Estado aderirem ao movimento de paralisação das atividades iniciado na última quinta-feira, na Capital.
Segundo os manifestantes, mais de 400 PMs pararam as atividades. Os bombeiros militares também. Juntos, pretendem permanecer nas unidades da corporação até o desfecho das negociações com o Governo do Estado.
Solidárias à manifestação, esposas e filhos também se aquartelaram. Antes, esvaziaram os pneus das viaturas. Em seguida passaram a exibir faixas e cartazes, tanto na Companhia, em Quixadá, como na Unidade de Segurança Integrada (USI) em Quixeramobim, onde ocorreram as maiores concentrações.
Reivindicações
Muitos policiais encobriram o rosto para não serem identificados. Eles temem represálias administrativas e criminais do Comando Geral, embora uma das reivindicações da categoria seja a de anistia.
Até o encerramento desta edição o clima já era de preocupação nas duas maiores cidades do Sertão Central. Ao receberem a notícia da ausência de viaturas nas ruas muitos moradores desistiram de sair de casa. As gerências bancárias não informaram se diante da falta de policiamento preventivo haverá alteração no funcionamento das agencias. Proprietários de farmácias e casas lotéricas, alvos prediletos dos assaltantes, demonstravam preocupação com a situação.
Segundo o comandante da 2ª Companhia do 1º BPM, coronel Edivar Azevedo Rocha, cem por cento dos policiais do Ronda do Quarteirão se engajaram na paralisação. Apenas os militares do Centro de Operações Policial Militares (Copom) e a guarda das Cadeias Públicas continuam nos seus postos.
Em Quixadá, apenas uma viatura está disponível para atendimento das ocorrências. Não há muito a fazer. Também não foi definida a chegada de reforço para nenhuma cidade da região.
Cariri
Também foram confirmadas, ontem, adesões nos pelotões e companhias subordinados ao 2º BPM (Juazeiro do Norte).
Conforme os manifestantes, estão paradas as atividades da PM nas cidades de Juazeiro, Crato e Barbalha.
ALEX PIMENTELREPÓRTER
Polícia Civil poderá parar novamente
Policias Civis irão se reunir hoje em uma assembleia para decidir se haverá nova paralisação. A reunião está marcada para as 18 horas e acontecerá em frente ao Sindicato dos Policias Civis do Ceará (Sinpoci), segundo a presidente Inês Romero.
Lá, eles votarão a proposta de se juntarem aos Policias Militares e Bombeiros que decidiram paralisar seus trabalhos. Se decidirem parar, esta será a terceira vez no ano que os expedientes acontecem com efetivo reduzido. Os policias lutam por reajuste salarial e por melhores condições de trabalho.
Logo após a primeira paralisação, o juiz Paulo de Tarso Pires Nogueira, da 6ª Vara da Fazenda Pública decretou a ilegalidade da greve. Os advogados de defesa do Sinpoci ingressou com agravo de instrumento no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) alegando que apenas a 2ª Instância do Poder Judiciário Estadual poderia analisar a legalidade do movimento.
A 6ª Câmara Cível do TJCE determinou que o caso fosse julgado pelo Tribunal. No último dia 15, a desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda, do TJCE, reconheceu a ilegalidade da greve dos policiais civis, pondo fim a paralisação, que havia começado em outubro. A magistrada deferiu pedido de liminar impetrado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Na decisão, a magistrada afirmou que “o direito de greve não é absoluto, principalmente no que diz respeito à prestação de serviço público e, em especial, segurança pública”.
Ainda segundo a desembargadora, “embora reconhecendo justas as pretensões da categoria em discutir condições de trabalho e remuneração, deve-se ponderar o interesse público e a necessidade de dar continuidade ao serviço essencial. Depois da ordem judicial os policiais voltaram as atividades. Depois de uma sequência desencontros, a categoria diz ter se decepcionado com o Governador, que nunca os recebeu. A reunião para negociação nunca ocorreu.
Fonte: Diário do Nordeste
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