Mais da metade dos pagantes a cada jogo do Tricolor são sócios, que podem gerar até R$ 20 milhões ao fim de 2019
Não é de hoje que o Fortaleza vem protagonizando jogos de casa cheia no Campeonato Brasileiro. Em 2018, a empolgação com a campanha do acesso e do título da Série B levou a torcida tricolor ao primeiro lugar no ranking de público da Segundona, levando 28.702 torcedores por jogo — segunda maior média da história da competição na era dos pontos corridos. Neste ano, os números seguem em escalada. Em média, são 29.760 pagantes em cada um dos sete jogos em casa pela Série A.
Analisado quantitativamente, o número já seria sólido. Mas existe outra estatística ainda mais animadora. No total, considerando os números do Leão até a 15ª rodada, o Tricolor já levou 208.323 pagantes ao estádio neste Brasileirão. Destes, mais da metade (54,15%) são sócios-torcedores, um retrato fiel do crescimento do programa de associação do clube nos últimos dois anos. O projeto foi alavancado por ações de marketing e pelo crescimento estrutural e competitivo na gestão do presidente do clube, Marcelo Paz.
Por jogo, o Fortaleza leva em média 16.118 torcedores oficiais ao Castelão na Série A. Só essa marca já é maior do que a média de público pagante de outo times da Série A: Botafogo-RJ, Athletico-PR, Grêmio-RS, CSA-AL, Goiás, Santos-SP, Avaí-SC e Chapecoense-SC. times. Até o fechamento desta matéria, o Leão soma 29.446 sócios adimplentes, segundo o site oficial do programa. Ou seja, mais da metade do quadro associativo comparece a cada partida do Brasileirão.
A presença dos sócios é essencial para preencher as arquibancadas do Castelão, principalmente nos jogos de menos apelo. No jogo contra o Cruzeiro-MG, apenas 16.633 pagantes foram ao estádio ver a vitória do Fortaleza por 2 a 1, o menor público do Leão na Série A. Quase 70% (11.632) desse número era composto por torcedores oficiais.
Já em partidas mais atrativas, seria natural que a proporção entre sócios e pagantes diminua. Mas no jogo de maior público do Tricolor no Brasileirão, contra o São Paulo, 41.975 pessoas pagaram para assistir à partida, sendo quase metade (47%) associados.
Possuir quadro extenso de torcedores oficiais é importante para a saúde financeira de um time de massa. A renda recorrente e fica é valiosa para bancar os custos operacionais de um clube.
Segundo o gestor do programa de sócios do Fortaleza, Gigliani Maia, essa fonte de receita representou 23% do orçamento do clube no ano passado, quando o Tricolor disputava a Série B. Neste ano, a fatia será proporcionalmente menor por conta das cotas de TV, mas os números absolutos devem crescer caso a meta de 35 mil adimplentes seja batida no fim do ano. Gigliani faz a projeção de que, caso esse objetivo seja alcançado, o quadro associativo deve render até R$ 20 milhões aos cofres do Leão até o fim de 2019.
O otimismo, porém, gera um questionamento: caso o programa continue crescendo no ritmo atual, como ficará a divisão dos assentos no estádio entre sócios e torcedores que compram ingresso avulso? A solução apresentada pelo Fortaleza é o sistema de check-in, que vem sendo implementado desde o início do ano.
“A gente tem começado com um projeto de marcação de assentos, onde o sócio tem a comodidade de escolher onde quer assistir, igual a cinema e avião, igual a todos esses mecanismos mais modernos”, explica Gigliani. A intenção é que, em breve, esse sistema seja expandido para todo o Castelão: “A gente tá testando, validando, tirando todos os problemas para depois avançar em outros setores do estádio. Aí é prioridade: quem vai chegando primeiro tem seu lugar garantido. Quem deixar pra depois, ou vai ter que ir pra outros setores ou terá que comprar ingresso”.
O sucesso até aqui do programa de sócios-torcedores do Fortaleza resulta de muitos fatores, como a mudança da cultura de adeptos no futebol brasileiro e, claro, o desempenho recente do clube nos gramados. De 2017 para cá, foram dois acessos consecutivos no Campeonato Brasileiro, título do Estadual e do Nordestão deste ano e da Série B 2018, além do impulso com a chegada do agora ex-técnico do clube, Rogério Ceni.
Para Gigliani, existem ainda três outros motivos: o lado financeiro — a associação acaba saindo mais barata do que pagar ingresso todo jogo —, a comodidade e a consistência dos planos. O gestor defende que as opções “mostram pro torcedor que ele realmente tem vantagens ao se associar”.
Se mantiver o crescimento atual, a tendência é que o Fortaleza bata os 35 mil sócio, podendo colher os benefícios desta marca e absorvendo os desafios que vêm junto a ela.
Fonte: O Povo Online
- Polícia Federal Indicia Jair Bolsonaro e 36 Pessoas por tentativa de golpe de estado - 21 de novembro de 2024
- Deputado Apóstolo Luiz Henrique condena divisão entre fiéis e discurso de ódio na política - 21 de novembro de 2024
- Feirão SPC Brasil: renegociação de dívidas com descontos de até 99% - 21 de novembro de 2024