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Fãs enfrentam fila no Recife para se despedir de Reginaldo Rossi

Fãs e admiradores do cantor Reginaldo Rossi fazem fila em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Centro do Recife, para prestar homenagens ao compositor, que faleceu nesta sexta (20), aos 69 anos. O corpo do músico chegou ao local por volta das 18h e foi coberto com a bandeira de Pernambuco. A expectativa é que o velório seja aberto ao público por volta das 19h.

Primeiro da fila, o auxiliar de serviços gerais Manoel dos Santos afirma ter chegado à Alepe por volta das 13h (Foto: Katherine Coutinho/G1)Primeiro da fila, o auxiliar de serviços gerais Manoel dos
Santos afirma ter chegado à Alepe por volta das 13h
(Foto: Katherine Coutinho/G1)

Primeiro da fila, o auxiliar de serviços gerais Manoel dos Santos afirma ter chegado à Alepe por volta das 13h. “A emoção é grande e quero ver ele de qualquer forma, nem que tenha que passar a madrugada toda aqui. Ele era um grande pernambucano, era romântico e popular, falava a língua da gente. Não podia deixar de me despedir”, justificou.

O comerciante Edvaldo Junior levou uma foto de quando tinha 19 anos, tirada em 1999 com o “Rei do Brega”. Do encontro, disse ter guardado a simplicidade do cantor. “Eu pedi para tirar uma foto, dizendo que seria uma honra. Ele virou para mim e pediu para se maquiar antes, porque estava feio”, recordou.

A cozinheira Silvania da Silva não aguentou a emoção antes mesmo de chegar à entrada da Alepe. Com uma toalhinha nas mãos, secava as lágrimas. “Eu me arrumei toda, porque ele merece, amava as mulheres. Vou trabalhar amanhã [sábado], às 5h, mas só saio daqui depois de vê-lo”, afirmou.

Músico Naná Vasconcelos contou que conheceu Rossi na década de 60 (Foto: Katherine Coutinho/G1)Músico Naná Vasconcelos contou que conheceu Rossi na
década de 60 (Foto: Katherine Coutinho/G1)

Amigos e parentes
A família do cantor começou a chegar ao local do velório por volta das 17h30. Emocionado, o sobrinho de Rossi, Francisco Neves, fez questão de relembrar a bondade do tio, que praticamente o criou. “Ele era dessas pessoas que tirava a roupa do corpo para ajudar alguém, ajudou a família toda. Vou carregar comigo o semblante dele, a doçura… Ele era uma pessoa muito doce, a bondade… Não havia ninguém mais bondoso que ele”, disse.

O músico Naná Vasconcelos também chegou cedo ao local para se despedir do cantor, que conheceu nos anos de 1960. “Ele era de uma generosidade imensa. Você imagina que ele manteve sempre os mesmos músicos. Quantos fazem sucesso e chamam uma rapaziada nova? Ele não, isso é muito raro”, destacou..

Falência múltipla
Rossi morreu na manhã desta sexta-feira, no Recife, de falência múltipla de órgãos, decorrente das complicações de um câncer no pulmão direito. O velório será realizado a partir das 19h desta sexta-feira, no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, área central do Recife.

O médico Jorge Pinho, um dos integrantes da equipe que tratou do artista, contou que o paciente vinha melhorando, mas, na quinta-feira (19), apresentou fadiga muscular e insuficiência respiratória, com queda no oxigênio. “Por isso nós tivemos que interceder para fazer nova intubação. Ele teve que respirar com a ajuda de aparelhos, tivemos que sedar o paciente, porque faz parte do protocolo”, esclareceu.

De acordo com Pinho, Reginaldo estava sedado, cercado de cuidados devido a essa piora no quadro clínico. “Mesmo com a hemodiálise sendo realizada, os rins dele não vinham respondendo. Ele estava anúrico, ou seja, sem urinar nada. Todos os órgãos têm que participar em harmonia para haver sucesso do tratamento”, afirmou.

Fonte: G1

Zeudir Queiroz