“Dominguinhos já fica de pé em um aparelho e consegue produzir alguns sons durante o tratamento com a fonoaudióloga”, contou a mulher do sanfoneiro, Guadalupe Mendonça, na última quinta-feira (18).
O músico já saiu do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e está em um quarto do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Sempre ao lado de Dominguinhos, Guadalupe assume que o trabalho diário junto da filha do casal, Liv Moraes, para a recuperação do artista é necessário, mas cansativo.
“Ele já está há quatro meses nesta situação e o tempo total do tratamento deve levar sete anos. É tudo muito cansativo, exaustivo, não é fácil estar no nosso lugar. A sobrecarga para mim é muito grande, estou exaurida, não tenho mais idade para ter energia focada em outras coisas, é tudo para ele”, declarou.
Em apenas um mês fazendo inúmeros tratamentos diferentes e com todo o carinho das duas, Dominguinhos já consegue engolir sozinho e está consciente do que está acontecendo. “O quadro da consciência só melhora. Ele estava em estado de torpor, e quando foi se dando conta das coisas teve uma arritmia, o que já foi normalizado. Por questões emocionais, a glicose também sobe um pouco, o que preocupa por ele ser diabético. Mas os fãs podem ficar tranquilos, ele só melhora a cada dia e é muito forte. Está correndo atrás do prejuízo”.
Otimista e confiante na recuperação do marido, Guadalupe revela que está se preparando para fazer a adaptação de um quarto em seu apartamento de São Paulo para receber o sanfoneiro, assim que ele receber alta. Ela também conta que muitas pessoas que se diziam amigas de Dominguinhos sumiram após as complicações de saúde do músico.
“Ele não podia receber visitas no CTI, mas ninguém também o procurou. Quase todos sumiram. Só quem sempre está aqui é Mestrinho (sanfoneiro da cantora Elba Ramalho), que colabora e ajuda a cuidar dele. Teve uma vez que Mestrinho disse: ‘Eu aprendi tudo com o senhor’. Dominguinhos reagiu na hora com o olhar. Além de mim e Liv, só quem se comunica com o Domingos pelo olhar é o Mestrinho”. O sanfoneiro também recebeu a visita de Jair Rodrigues e da mulher, Clodine, e do humorista Tom Cavalcante.
O músico ficou em coma durante um período e seu primogênito, Mauro da Silva Moraes, chegou a declarar que o coma do cantor era irreversível – o que foi desmentido pela própria Guadalupe e pela assessoria do Hospital Sírio-Libanês. A mulher de Domingos também afirmou que Mauro havia entrado com um processo contra ela, que é procuradora do sanfoneiro, e Liv. Questionada se ele persiste com o processo, ela preferiu não se manifestar.
“É uma coisa que não me preocupa. Ele só atrapalhou as coisas, é triste, lamentável. Nós temos a vida que temos pelo Domingos. Mauro não tem o que fazer aqui e não tem que estar aqui. Ele não contribui em nada para a recuperação do pai. Nunca esteve presente na vida de Domingos”, afirmou.
Com a proximidade da festa de São João, época do ano de maior trabalho para o sanfoneiro, e também o período que ele mais gostava de se apresentar, Guadalupe lamenta o fato de Dominguinhos não poder fazer shows: “Ele trabalhava muito, ainda mais com o centenário de Luiz Gonzaga – de quem Domingos é considerado sucessor -, ele tocaria bastante por todo o Brasil. É uma pena”.
O plano de saúde de Dominguinhos não cobre todos os custos e o tratamento está caro para a família do sanfoneiro, que tem que administrar as economias dele para pagar tudo. “Liv é a tesoureira dele, sempre foi. Ela fica indo para Recife e voltando para administrar tudo, já que não tenho mais energia para agir essas coisas. Quando ele estava em Pernambuco, o governo chegou a ajudar com algum dinheiro, mas aqui não. Somos só nós mesmos”.
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