Segue busca por parceiro financeiro da Refinaria do Pecém

Pré-definida a empresa coreana GS Energy (GSE), que irá desenvolver, em parceria com a Petrobras, um projeto de viabilidade econômica para implantação da refinaria de petróleo Premium II, no Ceará, o governo do Estado e a estatal petrolífera seguem com as negociações para encontrar um parceiro financeiro e com experiência tecnológica de ponta para a construção e operação do empreendimento. “A GSE pode até ser uma parceira financeira, mas podem existir outras (empresas). Quando apresentamos as possibilidades de parceiros à Petrobras, nós apresentamos um grupo russo, um chinês e um coreano”, declarou o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Cede), Alexandre Pereira. A preferência é pela parceria com os coreanos, cujo embaixador da Coreia do Sul no Brasil, acompanhado por empresários, visitou a ZPE do Ceará FOTO: DIVULGAÇÃO Segundo ele, “estamos (o governo do Estado) dando preferência aos coreanos pela relação e afinidades que temos com eles aqui (a partir da construção da Companhia siderúrgica do Pecém – CSP), mas a decisão não é nossa, é da Petrobras”, sinalizou Pereira. “Eles (Petrobras)assinaram um protocolo de intenções (com a GSE), mas não podemos dizer que são eles os parceiros financeiros”, acrescentou. “O novo modelo (da refinaria) será em blocos”, confirmou Pereira, ou seja, será construído em módulos com capacidade de refino de 100 mil barris de petróleo por dia, em vez de 300 mil barris, como previa o desenho inicial da Premium II. Novos empreendimentos Ontem, o governador Cid Gomes e Alexandre Pereira receberam a comitiva de empresários coreanos que visitam o Ceará, em uma excursão à CSP, ZPE Ceará, ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), para conhecerem, de perto, o potencial de infraestrutura do Estado. Por pouco mais de 30 minutos, Cid Gomes conversou com o embaixador da República da Coreia do Sul no Brasil, Koo Bon Woo, com quem tratou de temas diplomáticos e do estreitamento das relações bilaterais, como forma de reforçar os interesses comercias entre o Ceará e Coreia. Implícito na pauta, revelou Alexandre Pereira, o interesse dos coreanos de instalar, e do Ceará em abrigar, no Cipp, um estaleiro, uma empresa de elevadores da Hyundai, uma empresa de VLTs (veículos leves sobre trilhos) e uma laminadora de aço, além da Premium II. “A refinaria é o nosso grande objetivo”, destacou o presidente do Cede. “A refinaria é o início da cadeia (produtiva), que abrirá espaço para criação de novas empresas dentro da ZPE (Zona de processamento das Exportações) no Ceará. Cluster da construção Segundo ele, além desses empreendimentos, ainda em fase de negociação, os coreanos demonstraram interesse em montar um cluster (grupo de empresas) da construção civil, onde uma das empresas seria a fábrica de elevadores, uma de dobra de aço, e outra de tintas etc. No encontro, Koo Bon Woo teria sugerido ao governador a realização de um intercâmbio de estudantes cearenses à Coreia, para capacitação em áreas específicas aos empreendimentos que os coreanos planejam instalar no estado, notadamente à siderúrgica. Com cerca de 400 trabalhadores coreanos operando na CSP e a perspectiva de chegada de outros três mil técnicos e operários especializados, o embaixador solicitou ao governador que interceda junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para que libere o ingresso de novos trabalhadores coreanos no País. Câmara de arbitragem Para facilitar o entendimento e ampliar a transparência nos negócios, Pereira disse que Cid gomes sugeriu a criação de uma câmara de arbitragem internacional. Conforme explicou, ela se constitui em uma entidade que é criada para dar maior segurança jurídica aos grandes investidores internacionais. Para tanto, as partes elegem pessoas afins, advogados, juízes, em comum, para dirimirem dúvidas e os litígios, elucidar conflitos de interesses econômicos ou problemas contratuais, sem que haja a necessidade de se levar a questão à justiça comum. CARLOS EUGÊNIO REPÓRTER Fonte: Diário do Nordeste