A prefeita Luizianne Lins (PT) afirmou ontem que não aceitará intervenção nacional na escolha do candidato petista à sucessão municipal de Fortaleza. Segundo ela, a definição caberá às executivas municipal e estadual da sigla. “Objetivamente, somos nós que decidimos o processo. Certamente, se em 2004 não aceitamos intervenção nacional, muito menos agora em 2012 nós vamos aceitar”, garantiu.
Ao ser questionada sobre qual a importância que a vinda do presidente nacional do PT, Rui Falcão, na próxima semana, teria na definição do candidato, ela disse que Fortaleza é a maior cidade que o PT governa em todo o Brasil e por isso o foco em Fortaleza é nacional.
“E eu tenho tido várias reuniões com o nosso companheiro Rui Falcão e ele tem dito de forma muito clara que o protagonismo da eleição é do PT municipal. No caso, a prefeita participa porque também sou presidente estadual do PT”, destacou.
Durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem no Paço Municipal, para falar sobre políticas da Prefeitura voltadas para a mulher, Luizianne Lins disse ainda que está aguardando o contato do governador Cid Gomes (PSB) para conversar sobre as eleições. “Vai depender da agenda. Ele ficou de me procurar assim que chegasse (de viagem) e eu estou aguardando que ele realmente faça isso”. Quanto ao peso da opinião do governador, Luizianne afirmou que o PSB é um aliado histórico e que é prioridade preservar a aliança, mas também é preciso manter a autonomia dos partidos.
De acordo com Luizianne, o PT tem até o dia 30 de março para decidir se haverá prévias ou encontro estadual para definir quem será o candidato. “Esse encontro pode acontecer até maio ou junho. Mas nós queremos o mais rápido possível, acho que até o final de abril, ter decidido o candidato do PT, para inclusive negociar com outros partidos”, disse.
Saiba mais
Na coletiva de imprensa, Luizianne Lins contestou declarações do ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB) de que seu irmão, Cid Gomes (PSB) seria voz isolada no partido quanto à manutenção da aliança com o PT. “Isso é um contrassenso, porque o próprio deputado federal, Domingos Neto (PSB), se pronunciou e disse que apoia a posição do governador.E tem companheiros do PSB que estão no nosso governo, como o presidente do IPEM (Instituto de Pesos e Medidas), Rogério Pinheiro, e acredito que ele não tenha a mesma posição do ex-deputado Ciro Gomes”.
Ao ser questionada sobre a greve da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania, ela disse que ainda não houve acordo, mas as negociações não estão encerradas. “Eu quero dizer pra todos vocês em alto e bom tom que eu sou favorável ao direito de greve. Tenho coerência com isso, mas tenho tanta coerência que posso dizer que greve não é brincadeira. Ninguém faz greve porque acha legal ou começa negociação entrando em greve”, criticou.
Do O Povo
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