Vitória de Dilma, possível já no 1º turno, reverte apostas na bolsa

Vitória de Dilma, possível já no 1º turno, reverte apostas na bolsa
Vitória de Dilma, possível já no 1º turno, reverte apostas na bolsa
Em uma clara reação às prévias das próximas pesquisas de opinião, às vésperas das eleições, que apontam a vitória da candidata Dilma Rousseff (PT) já no primeiro turno, com margem suficiente de votos para não deixar dúvidas junto ao eleitorado, a bolsa paulista recuava fortemente nos primeiros negócios desta segunda-feira. Tanto as novas pesquisas mostram a presidentaDilma avançando ainda mais na corrida presidencial, ao mesmo tempo em que não se confirmaram os boatos da sexta-feira de que sairiam reportagens muito negativas aos petistas em revistas no fim de semana. Às 10h20, o Ibovespa recuava 5,37%, a 54.142 pontos. As ações preferenciais e ordinárias da Petrobras desabavam mais de 10%, em uma clara demonstração de força dos investidores, que visam, assim, intervir – ainda que sem sucesso – no processo eleitoral brasileiro. Analistas e profissionais do mercado financeiro, a maioria ligada à direita neoliberal, veem com ceticismo a possibilidade de mudanças na política econômica, com a reeleição de Dilma A possibilidade maior que pesquisas eleitorais de agosto trouxeram de mudança no comando do Palácio do Planalto motivou forte alta da Bovespa naquele mês. Nesta sessão, o quadro externo desfavorável corroborava para as perdas no mercado acionário local, com declínio nas bolsas europeias e nos índices futuros norte-americanos e nas bolsas europeias, em meio a manifestações civis em Hong Kong. Dólar dispara No mercado de câmbio, a reação tem sido a mesma dos investidores que derrubaram a bolsa de São Paulo. No sinal mais evidente que as pesquisas de opinião acertam ao prever a vitória de Dilma já no primeiro turno, o dólar disparava mais de 2% sobre o real nesta segunda-feira, voltando ao maior patamar desde final de 2008. Às 9h51, a moeda norte-americana subia 2,26%, a R$ 2,4707 na venda, após atingir R$ 2,4792 na máxima da sessão, maior nível intradia desde 10 de dezembro de 2008 (R$ 2,5100). – O mercado entrou com todas as fichas numa vitória da oposição e pagou para ver. O que a gente está vendo hoje é a reversão desse movimento – disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. Segundo o levantamento do Datafolha divulgado após o fechamento dos mercados na sexta-feira,Dilma praticamente dobrou sua vantagem contra Marina Silva (PSB) nas intenções de voto para o primeiro turno e passou a ter vantagem numérica sobre a ex-senadora em simulação de um segundo turno. A presidente é alvo de críticas nos mercados financeiros, que desaprovam a condução da política econômica. – Se isso se confirmar (avanço de Dilma) nas próximas pesquisas, o céu é o limite para o dólar – ameaça o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, para quem a moeda norte-americana pode ir acima de R$ 2,50 no curto prazo. Battistel também acredita que o BC pode atuar com mais força no mercado para evitar essas arrancadas, ampliando os leilões de swaps, entrando com leilões de linha ou até mesmo com venda de dólares à vista. Até agora, a autoridade monetária deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio nesta sessão, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. Foram vendidos 1,7 mil contratos para 1º de junho e 2,3 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a US$ 197,5 milhões. O BC também fará nesta sessão mais um leilão para rolar swaps que vencem em 1º de outubro, com oferta de até 15 mil contratos. Até agora, o BC rolou cerca de 75% do lote total, que corresponde a US$ 6,677 bilhões. Se vender a oferta total de swaps no leilão de rolagem desta sessão, o BC terá rolado praticamente do lote para outubro. Fonte: Correio do Brasil
Zeudir Queiroz

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