Ucrânia resiste sozinha ao ataque das tropas russas

Contrariando a expectativa da Otan, as tropas russas não conseguiram tomar nenhuma grande cidade, depois de dois dias de ataques a instalações militares e de infraestrutura. Bairros de Kiev foram bombardeados

(crédito: Daniel Leal/AFP)
Quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou no fim da manhã de ontem um vídeo para dizer à população do país que as tropas ucranianas estão resistindo ao avanço de blindados e soldados da Rússia, o barulho de explosões já era ouvido nas cercanias do Palácio do Governo. A primeira batalha em solo para a tomada da capital já estava sendo travada em um bairro da Zona Norte de Kiev, no segundo dia da invasão russa.

“Estamos todos aqui, nossos militares estão aqui, os cidadãos, a sociedade, estamos todos aqui, defendendo nossa independência, nosso Estado”, declarou Zelensky, acompanhado dos principais auxiliares do gabinete.

Do outro lado da fronteira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também acionava a máquina de propaganda para pressionar as Forças Armadas da Ucrânia a derrubar o governo Zelensky, por meio de um golpe de Estado. Depois de declarar que o governo ucraniano é formado por “drogados e neonazistas”, Putin conclamou: “tomem o poder com suas mãos. Parece-me que será mais fácil negociar entre mim e vocês”.

No front, as forças russas avançaram rapidamente em direção a Kiev e às principais cidades ucranianas. Os homens ucranianos foram convocados a não deixar o país, para reforçar as forças de defesa. Nas cidades, a população civil está recebendo armas do governo, como fuzis e pistolas, e treinamento de uso.

Quem não conseguiu deixar a capital, buscou abrigo em estações do metrô. Uma das mais procuradas é a Arsenalna, a mais profunda do mundo, mais de 100 metros abaixo do nível da rua. Os moradores levaram mantimentos, roupas e animais de estimação. Depois das 22 horas, Kiev parecia uma cidade-fantasma, com o início do toque de recolher imposto pelo governo.

Fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou que a resistência ucraniana no acesso às principais cidades fez com que o avanço russo perdesse força, ontem. “Seu impulso, particularmente no que diz respeito a Kiev, desacelerou nas últimas 24 horas”, disse o funcionário. Ele revelou também que os russos ainda não haviam conseguido controlar o espaço aéreo do país invadido, apesar da supremacia de armamento.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlêntico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, revelou que a aliança de defesa reforçará a presença militar no chamado “flanco Leste” (países do Leste Europeu integrados à Otan), posicionando mais soldados e aviões em bases aliadas. A Otan ativou o plano de resposta para a região e anunciou que irá distribuir mais 100 aviões de combate em 30 locais diferentes.

Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou que nenhuma “polegada de território da Otan” será cedida. O Pentágono enviará mais sete mil soldados para a Alemanha.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/
Zeudir Queiroz

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