Sérgio Moro perdoou duas vezes o doleiro Alberto Youssef

Doleiro operou no escândalo do Banestado e voltou a ser alvo dos investigadores na Lava Jato

Personagem comum tanto no escândalo do Banestado quanto na Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef conseguiu firmar acordo de delação premiada nas duas ocasiões, ambas autorizadas pelo juiz Sérgio Moro. O magistrado é o responsável em primeira instância pelos dois casos, já que atua na 2ª Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, especializada no Paraná em julgar casos de lavagem de dinheiro.
Juiz Sérgio Moro. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Alberto Youssef foi preso no fim de 2003. À época, ele e o Ministério Público Federal (MPF) inauguraram um tipo de acordo que ficaria ainda famoso no Brasil anos depois: a colaboração premiada. Na tratativa, ele se comprometia a não cometer novos crimes — o que não aconteceu. Ao longo de toda investigação do Banestado, foram firmados mais de 20 acordos de colaboração.
Lava Jato
O escândalo mostrou o modus operandi do doleiro. Foi ao seguir os passos deleque a Polícia Federal e o MPF conseguiram chegar a crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene (PP), em Londrina, no Paraná. O político mantinha negócios ilegais com os doleiro e deflagrou no país as investigações da Lava Jato, na qual os acordos de delação também foram uma das bases que viabilizaram a descoberta do esquema.
O doleiro voltou à prisão em 2014, agora pelo novo esquema. Youssef recebia o dinheiro desviado de contratos com a Petrobras e era o responsável por levá-lo a paraísos fiscais e “lavá-lo” no Brasil.
Condenado a 122 anos de prisão, e pagamento de R$ 50 milhões em multas, ele firmou acordo com o juiz Sérgio Moro e conseguiu autorização para cumprir a pena em liberdade após quase três anos encarcerado.
Doleiro Alberto Youssef. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Em troca, Youssef delatou todos aqueles que sabia estarem envolvidos em transações ilegais com a estatal. Novamente, as revelações de Youssef foram fundamentais para desbaratar o esquema. Ele indicou, por exemplo, o envolvimento do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e dos ex-ministros Antonio Palocci (PT) e José Dirceu (PT).
Fonte: /www.opovo.com.br/
Zeudir Queiroz

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