Prisão e crise no Rio de Janeiro colocam PMDB no olho do furacão

Sérgio Cabral foi preso ontem
Sérgio Cabral foi preso ontem
O PMDB do Rio de Janeiro vive momento de dificuldades. Além dos protestos e de ter nas mãos um estado quebrado, o partido teve de lidar com a prisão de mais um de seus integrantes no Estado. O ex-governador Sérgio Cabral foi enquadrado através da Operação Lava Jato. Ele é acusado de receber propina por pelo menos sete anos.
No Rio, a oposição já começa a se movimentar e pede CPI para investigar governos peemedebistas. O pedido já havia sido protocolado e ontem conseguiu todas as 24 assinaturas necessárias na Assembleia Legislativa. Deverão ser investigadas as obras do metrô e do Maracanã. “Já tentamos discutir esse tema diversas vezes e não tenho dúvida nenhuma de que a prisão de Sérgio Cabral gerou um constrangimento que levou os deputados a cumprir esse papel”, disse o deputado estadual Marcelo Freixo, do Psol. Há menos de um mês, outro nome influente do PMDB do Rio foi preso. O ex-deputado federal Eduardo Cunha também foi acusado de envolvimento em esquema de propinas.
O presidente da República Michel Temer (PMDB) saiu em defesa do partido e disse que ele ainda cumpre papel relevante. “O presidente da República lembra que o PMDB tem mais de 2 milhões de filiados que militam na atividade política e tem de ser analisado na plenitude de todas as suas ações em relação ao País”, disse o porta-voz do Planalto, Alexandre Parola. Prisão de Cabral Preso pela Polícia Federal, o ex-governador Sérgio Cabral foi levado ao complexo de Bangu. Protestos em apoio à prisão do político foram registradas lo lado de fora da sede da PF. Cabral foi levado ao cárcere um dia depois do também ex-governador Anthony Garotinho (PR) receber mandado de prisão. Garotinho, entretanto, está em observação em hospital pois teria passado mal após receber a intimação. A semana foi de tumulto no Rio, com manifestações contra as medidas austeras do governador Luiz Fernando Pezão, também do PMDB. O estado enfrenta grave crise financeira., reflexo, dentre outros fatores, de administrações passadas. Ontem, a Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, cumpriu 38 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 de condução coercitiva expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, além de 14 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e um de prisão temporária expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba. (com agências) NÚMEROS  38 mandados foram cumpridos ontem pela Operação Calicute R$ 450 milhões é valor que Receita Federal poderá cobrar de investigados Saiba mais Propinas De acordo com delatores das empreiteiras Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia, Sérgio Cabral recebia propinas com valores de R$ 200 mil, R$ 350 mil e até R$ 500 mil – dinheiro pago entre 2007 e 2014. Ele teria facilitado licitações e contratos. A estimativa é que o prejuízo ao estado do Rio tenha sido na casa dos R$ 220 milhões. Bens Todo o dinheiro era movimentado em espécie e era ocultado com a compra de obras de arte, objetos de luxo, barcos e roupas, além da realização de consultorias fictícias. Entre os integrantes da quadrilha, estariam o amigo de infância de Cabral, Luiz Carlos Bezerra, e o marido de uma prima de primeiro grau, Carlos Miranda, que, segundo a força-tarefa, seriam responsáveis por receber o dinheiro na sede das empreiteiras. Até o fechamento desta página, a defesa de Cabral ainda não havia se manifestado publicamente. Jucá na liderança Além dos problemas com o PMDB do Rio, o presidente Michel Temer resolveu colocar Romero Jucá como líder do governo no Senado. Ele já era alvo de investigações na Lava Jato. Fonte: http://www.opovo.com.br/
Zeudir Queiroz

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