Premium II: haverá competição de projetos

Rio. A Petrobras está trabalhando com dois processos em paralelo para a construção da refinaria Premium II. Em ambos a estatal contará com sócios para sua execução, segundo informou ontem a presidente da empresa, Graça Foster, em coletiva à imprensa no Rio de Janeiro. Um deles será lançar o projeto próprio, já pronto e hoje dentro das métricas internacionais, como garante a executiva. O outro será receber projetos das empresas interessadas na sociedade e fazer uma competição entre eles. No fim, o mais atrativo será escolhido. “A autorização que nós temos do Conselho de Administração é de conduzir essas refinarias com parceria”, afirmou Graça Foster, apontando que a mesma decisão será tomada tanto para a refinaria cearense, como para a Premium I, no Maranhão. Ela não informou, contudo, quais seriam estas empresas que estão em negociação com a Petrobras para parceria nas novas refinarias. O projeto que foi elaborado pela estatal terá sua licitação lançada até o fim deste ano e, paralelo a isso, a empresa considerará outros projetos vindos de possíveis parceiros. “São modalidades que competem. Um é o projeto da Petrobras, que terá sócios; outro são esses sócios, ou outros sócios, que apresentam à Petrobras os seus projetos. Então, esses devem competir, de tal forma que a gente tenha um projeto ainda mais atrativo para a empresa”, esclareceu a presidente. Tomada de preços De acordo com Graça Foster, os possíveis sócios já estão tomando preços para as obras das refinarias, tanto em seus países de origem, como, muito provavelmente, no Brasil também. Já o projeto da Petrobras terá sua licitação lançada e conduzida pela própria estatal, independentemente do que será apresentado por estas outras empresas. Em maio último, durante a apresentação dos resultados financeiros e operacionais da Petrobras relativos ao primeiro trimestre de 2014, o diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, afirmou que a estatal deverá fechar, até o fim deste ano, a parceria com uma empresa privada para uma ‘joint venture’ para as refinarias Premium. A Petrobras já havia negociado sociedade com a sul-coreana GS Energy, com a qual chegou a assinar um memorando de entendimentos para estudar a parceria, contudo as negociações não foram pra frente. Evento A presidente da Petrobras participou ontem da cerimônia comemorativa à marca dos 500 mil barris diários de petróleo que a Petrobras conseguiu superar na chamada província do pré-sal, nas bacias de Campos e Santos. O evento contou também a presença da presidente Dilma Rousseff e dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, das Cidades, Gilberto Magalhães, e dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos. Para a presidente Dilma Rousseff, que discursou no evento, este é um marco histórico e que mostra que o pré-sal é uma realidade “palpável e tangível, e que pertence ao povo brasileiro”. Reajuste de combustíveis Durante a coletiva de imprensa realizada após o evento, Graça Foster também garantiu que “vai ter reajuste de combustíveis”. A presidente da Petrobras, contudo, não especificou quando que isso irá ocorrer. Ela também reforçou que quem controla a política de preços é a própria Petrobras, em resposta ao questionamento de que o governo teria ingerência política na companhia sobre esta questão. No evento, o ministro Edison Lobão também descartou a possibilidade de um novo racionamento de energia no Brasil, fazendo referência a afirmações que vinham sendo dadas pelo mercado em virtude da Copa do Mundo. “Não chegamos a um racionamento de energia e nem chegaremos a ele”, garantiu. Foster confirma licitações neste ano Prometidos para abril deste ano, os pacotes para licitação das estruturas das refinarias Premium não foram lançados e ainda não têm data exata para liberação pela Petrobras. Ontem, Graça Foster, garantiu apenas que o processo licitatório será iniciado neste ano, conforme adiantado na última sexta-feira pelo Diário do Nordeste. De acordo com ela, “o prazo se chama métricas internacionais”, ou seja, ocorrerá quando o projeto estiver pronto para ser realizado com todos os seus processos seguindo o capex (investimento em bens de capital) por barril que é utilizado no resto mundo na construção de refinarias. Essa métrica já foi alcançada, mas que a empresa ainda seguirá alguns passos antes de ir ao mercado abrir os pacotes. “A gente tá pronto pra lançar (a licitação). A gente tem que ir pro mercado, abrir os pacotes. O mercado tem que responder, e esse ano vamos estar lançando certamente. Temos agora, muito provavelmente na próxima semana, mais uma passada geral com a engenharia da Petrobras pra ir pra mercado. O mercado tem que responder, adequadamente. É parceria”, afirmou Graça Foster. A presidente da estatal garantiu que o projeto das refinarias Premium está “maduro, muito bem estruturado, que fica de pé” e que essa licitação será feita “de uma forma muito bem organizada” e mais seletiva. Em março passado, a empresa já emitiu para o mercado convites de terceirização dos serviços de geração de hidrogênio. A refinaria Premium II tem todas as suas etapas de construção ainda a serem licitadas, uma vez que ainda não foi iniciada nenhuma obra civil na área reservada ao empreendimento no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Segundo já informou a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), 11 pacotes devem ser lançados para a planta cearense neste primeiro momento. Já a Premium I já teve suas obras de terraplanagem realizadas, mas se encontra hoje com o canteiro de obras desmobilizado, à espera das novas licitações. (SS) Dilma lembra Seleção  para defender estatal São Paulo. A presidente Dilma Rousseff (PT) usou o seu discurso, durante cerimônia em comemoração à produção de 500 mil barris de petróleo por dia, alcançada no dia 24 de junho, na região do pré-sal, para exaltar o papel da Petrobras. “Estamos comemorando um recorde, um novo marco vivido no ciclo da Petrobras”, disse, durante evento realizado na sede da estatal, no Rio de Janeiro. Segundo a presidente, nos últimos dez anos, e também em todas as projeções de futuro, o desempenho da Petrobras é positivo. “São nítidos bons resultados, solidez e perspectivas cada vez maiores da Petrobras”, afirmou. Dilma Rousseff disse ainda que as conquistas e os avanços estratégicos da empresa “só podem ser entendidos quando vistos da perspectiva de médio e longo prazo”. Sem citar o caso da compra da refinaria de Pasadena pela estatal, Dilma afirmou que “não será um ou outro fato isolado” que vai abalar a credibilidade e a imagem da empresa. “A Petrobras é a pátria com as mãos sujas de óleo (Nelson Rodrigues dizia que a seleção brasileira era a “pátria de chuteiras”). (…) As vozes dos que querem diminuir a importância da Petrobras se perderão mais uma vez no deserto. Serão enterradas na imensidão dos mares”, enfatizou a presidente. Segundo Dilma, mesmo que baseado em dados tecnicamente sólidos, questões falsas foram levantadas contra a Petrobras. “Mas, em apenas 8 anos, a Petrobras fez com que nossas plataformas, trabalhando a 300 km da costa, mostrassem aos incrédulos que o pré-sal é uma riqueza palpável e tangível e acima de tudo pertence ao povo brasileiro”, disse. Dilma voltou a defender a contratação da companhia para explorar, sem licitação, o óleo excedente em quatro áreas do pré-sal. “Com eles, chegamos a 20 bilhões de barris equivalentes de petróleo. Dificilmente não dá para supor que isso seja uma riqueza inigualável”, disse. “O recorde do pré-sal e a contratação dos quatro campos tornam irreversível o grande papel estratégico da Petrobras”, completou. A presidente disse que a Petrobras tem um “grande papel em novo ciclo de desenvolvimento do País” e provou que é capaz de explorar essa região, cedida pelo governo, com 10 bilhões a 14 bilhões de barris equivalentes, “talvez 15 bilhões de barris”. “Essas riquezas se transformarão em benefícios para o povo brasileiro”, afirmou. Exploração Na mesma linha, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu a exploração do pré-sal, as decisões do governo em relação a essa nova fronteira exploratória e a própria estatal. Com um tom político, lembrou que o pré-sal foi alvo de desconfiança no passado e que, agora, os “pessimistas de sempre” voltam a fazer críticas em relação à Petrobras. “Chegamos à conclusão no passado de que não poderíamos tratar o pré-sal como outra área qualquer. Parecia-nos evidente que estávamos diante de uma área que merecia tratamento especial”, disse Lobão, ao relembrar as razões que levaram o governo brasileiro a decidir pela implantação do sistema de partilha da produção no Brasil. “Hoje podemos comprovar o acerto da decisão tomada naquela época. A produção (no pré-sal) já ultrapassa o patamar de 500 mil barris por dia e isso é apenas o começo dessa grande província petrolífera que pertence ao povo brasileiro”, salientou Lobão. Produção A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu a média de 1,975 milhão de barris/dia (bpd) em maio, superando em 2,2% a produção de abril. Conforme o comunicado divulgado ontem, incluída a parcela operada pela estatal para seus parceiros no Brasil, o volume atingiu a marca de 2,092 milhões bpd, 2,9% acima do volume produzido no mês anterior. A produção de petróleo e gás natural no mesmo mês, foi de 2,387 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), alta de 2,2% em relação a abril. Incluída a parcela operada pela Petrobras para as empresas parceiras no Brasil, o volume atingiu 2,558 milhões boed, alta de 2,9%. Sérgio de Sousa* Repórter *O repórter viajou a convite da Petrobras Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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