
Depois de quase dois meses de desgaste, o governo Lula celebrou no fim de semana uma melhora tímida na avaliação popular, conforme pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (6/4). A desaprovação do governo caiu de 41% em fevereiro para 38%, enquanto a aprovação subiu de 24% para 29%. Apesar do alívio, a taxa de reprovação ainda supera a de aprovação, e o Planalto sabe que o cenário ainda exige atenção.
Estratégia do Planalto em xeque
A leve melhora foi vista por aliados como um indicativo de que a curva negativa pode ter começado a ser revertida. No entanto, analistas avaliam que o governo continua apostando em uma estratégia desgastada, com eventos e anúncios repetidos, e sem apresentar novas políticas públicas de grande impacto. O evento realizado em Brasília na semana passada, por exemplo, foi tratado internamente como uma tentativa de “virada de chave” para a popularidade de Lula, mas acabou criticado por falta de novidades.
Durante a cerimônia, o ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, cometeu um ato falho ao dizer que a impopularidade era culpa de todos os ministros. A frase foi explorada pela oposição. “Quando o governo é uma porcaria, ninguém segura a peteca”, ironizou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nas redes sociais.
Críticas e defesa
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), um dos principais nomes da oposição, afirmou que o governo está desconectado da realidade da população. “O que vemos é um desgaste inevitável de Lula, que insiste em seguir por um caminho de autoritarismo e desgoverno”, afirmou.
Por outro lado, o deputado Alencar Santana (PT-SP) defendeu que as ações do governo ainda não foram totalmente assimiladas pela população, mas que seus efeitos devem ser sentidos ao longo do tempo. Ele citou programas como Desenrola, Pé-de-Meia, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, o novo Bolsa Família e o aumento real do salário mínimo como avanços significativos.
Expectativa para 2026
Apesar das dificuldades atuais, a base governista aposta que os resultados das políticas públicas terão mais visibilidade até 2026, ano da eleição presidencial. A melhora na economia, geração de empregos e ações sociais são os trunfos que o Planalto espera usar para fortalecer Lula em meio à disputa contra nomes da direita.
O cenário, no entanto, segue polarizado. Com parte da população ainda impactada pela alta nos preços dos alimentos e pela crise de imagem após polêmicas envolvendo desinformação e comunicação falha, o governo precisará encontrar novas estratégias para recuperar sua base e conquistar indecisos.
–
Com informações do Correio Brasiliense
- “Lula interrompe queda de popularidade e aliados celebram possível reviravolta”. - 7 de abril de 2025
- Pesquisa Quaest: maioria é contra anistia aos presos do 8 de janeiro - 6 de abril de 2025
- Bazar da Receita arrecada fundos para projetos sociais em Caucaia até hoje (6) - 6 de abril de 2025