Investigação sobre participação de Bolsonaro em plano de golpe chega ao fim, afirma PGR

A Polícia Federal ouviu testemunhas e uniu provas e deverá agora apresentar relatório final da investigação

Bolsonaro convocou apoiadores para um novo ato. O local escolhido foi o Rio de Janeiro – (crédito: Reprodução / Redes Sociais)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que a investigação sobre a possível participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um plano para se manter no poder, mesmo após a derrota nas eleições, está prestes a ser concluída. Em um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR afirmou que o inquérito “encontra-se em via de conclusão”. A Polícia Federal ouviu os principais investigados e analisou os documentos e dispositivos apreendidos durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada no início de fevereiro. Com essas medidas, o caso está caminhando para seu desfecho, com o próximo passo sendo a apresentação do relatório final da investigação. O portal G1 foi o primeiro a divulgar a informação, que foi confirmada pelo Estadão. Segundo o despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que ordenou a soltura do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Marcelo Câmara, a PGR declarou: “No tocante à investigação criminal, foram concluídas as medidas cautelares de busca e apreensão pessoal deferidas nos autos, garantindo-se a preservação do conteúdo de documentos e dispositivos relevantes para as investigações. Os depoimentos dos principais alvos foram colhidos e a investigação encontra-se em via de conclusão, o que reduz a possibilidade de interferências indevidas na persecução penal”.

Delator e Evidências

A investigação sobre a tentativa de golpe foi iniciada com base em informações fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de colaboração premiada. Até o momento, dois indícios implicam Bolsonaro diretamente. O primeiro é um áudio enviado por Mauro Cid, sugerindo que o ex-presidente ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe. O segundo é o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que atribui a Bolsonaro a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”. O ex-presidente foi intimado a depor, mas optou por ficar em silêncio. A Polícia Federal organizou audiências simultâneas para evitar a combinação de versões e detectar eventuais contradições nas respostas dos investigados. Quando a força-tarefa de delegados confrontou os suspeitos de planejar o golpe, 15 deles decidiram permanecer em silêncio. Este caso é um desenvolvimento crucial na política brasileira, e o desfecho da investigação pode ter significativas implicações legais e políticas para os envolvidos. – Com informações do Correio Brasiliense

Zeudir Queiroz

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