Cunha aparece como “autor” de arquivos sob suspeita em esquema

Cunha compareceu espontaneamente à CPI da Petrobras no último dia cinco de março WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
Cunha compareceu espontaneamente à CPI da Petrobras no último dia cinco de março
WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
Mesmo tendo negado à CPI da petrobras, o presidente da Câmara Eduardo Cunha(PMDB-RJ) está nos registros da Câmara como “autor” de arquivos em que foram feitos dois requerimentos sob suspeita no esquema de corrupção na Petrobras. Um dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha é acusado de ter recebido pagamentos de propina dos fornecedores da estatal. Ele nega as acusações e qualquer envolvimento. Eduardo Cunha foi citado como um dos beneficiados do esquema por Alberto Youssef, em delação premiada. Segundo o delator, o presidente da Câmara apresentou requerimentos para investigar uma das fornecedoras da estatal, a Mitsui, que teria interrompido as propinas na época. Defesa Em seu comparecimento espontâneo à CPI, Cunha citou dois requerimentos de 2011, feitos pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito, no Rio de Janeiro. Os requerimentos pediam ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério de Minas e Energiaas informações sobre o contrato entre a Mitsui e a Petrobras. Segundo Youssef, o objetivo era fazer com que a empresa retomasse o pagamento das propinas. Cunha negou na CPI que tivesse relação com os requerimentos e Solange, em depoimento à PF, isentou o líder da Câmara. Apesar disso, segundo o jornal Folha de S. Paulo, Eduardo Cunha consta como “autor” dos dois arquivos em que foram produzidos os requerimentos assinados pela ex-deputada. Segundo ele, um computador de seu gabinete deve ter sido usado por ela ou por um assessor. “Pode ser que um funcionário dela que pode ter ido lá pedir à assessoria pra fazer, acontecia com vários deputados, até porque ela era suplente”, disse. Os arquivos, segundo a área técnica da casa, foram autenticados pelo próprio gabinete da deputada. O que para Cunha são duas coisas diferentes. “Foi autenticado no gabinete dela, […] uma coisa é ter usado uma máquina pra fazer o acompanhamento, outra coisa é autenticar”, afirmou. Ele também disse que seu gabinete era usado por vários colegas do Rio. Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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