Em pouco mais de seis meses do novo mandato, Dilma Rousseff sofre efeitos da crise política e econômica
Com 54 meses de governo, Dilma Rousseff (PT) enfrenta, no momento, a situação mais delicada desde a posse como presidente da República. Além da perda expressiva de aprovação popular, a petista tenta administrar as crises econômica e política que se instalaram desde quando assumiu o comando do País pela segunda vez, no primeiro dia de 2015.
Até dezembro do ano passado, cerca de 40% dos brasileiros consideravam a gestão boa ou ótima, na média das pesquisas divulgadas. Os números eram ainda os mesmos registrados do período eleitoral quando Rousseff derrotou o senador Aécio Neves (PSDB) por margem mínima de votos, em outubro.
As primeiras pesquisas do segundo mandato, desde janeiro até julho deste ano, indicam uma situação preocupante para o atual governo. No último levantamento divulgado ontem pela parceria CNT/MDA, a petista detém apenas 7,7% de aprovação popular. O índice é preocupante tendo em vista a rapidez com que a fatia popular que mudou de lado, apoiando, inclusive, a possibilidade de um impeachment da presidente reeleita.
Os índices de Dilma são ainda piores que os registrados pela gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), marcada como uma das mais impopulares no curto período democrático brasileiro.
O nível decrescente de apoio popular se intensificou à medida em que a Operação Lava Jato foi se desdobrando e atingindo integrantes do PT e de legendas da base aliada do Governo Federal. Medidas impopulares, como o ajuste fiscal implementado pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contribuíram mais para a queda na aprovação do governo. O Planalto estuda uma agenda positiva para recuperar parte da desaprovação até o fim do mandato em 2018.
Eleitores
O POVO conversou com eleitores na Praça do Ferreira, na tarde de ontem. Eleitora de Aécio Neves no último pleito, Patrícia Diva critica o atual governo e apoia uma possível deposição da petista. “Nada funciona e não se vê perspectiva de nada”.
O aposentado João Eudes diz que não votou na presidente, mas não apoia um processo de impeachment. “Ela foi eleita pelo povo, eleita democraticamente. Se o outro (Aécio) tivesse entrado, estava fazendo a mesma coisa ou ainda pior”.
Para o educador social Tarcisio Mesquita, eleitor de Dilma, a corrupção no Brasil “vem de muito tempo”. Afirmando não caber a possibilidade de deposição, o eleitor afirma que “o Brasil nunca tinha sido investigado de fato”.
Fonte: O Povo
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