Conar investiga se Sephora pagou blogueiras por propaganda disfarçada

O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) iniciou procedimentos para investigar denúncias de que a marca de cosméticos Sephora estaria pagando a blogueiras para divulgar conteúdo elogioso a seus produtos. As denúncias de dezenas de consumidores e levaram à abertura, em 23 de agosto, dos procedimentos 221/12, 222/12 e 223/12, que irão apurar tanto a conduta das blogueiras como da marca de cosméticos. O principal indício da prática, de acordo com as denúncias, é o conteúdo praticamente idêntico de posts em blogs distintos sobre a Sephora, sempre elogiosos. De acordo com a assessoria do Conar, o grande número de denúncias pode ser resultado de uma mobilização por redes sociais, o que já ocorreu outras vezes. É a primeira vez que o Conar investiga um caso de propaganda disfarçada em blogs. Outras situações parecidas envolveram redes sociais, como no caso do anúncio “Perdi o meu amor na balada”, da empresa de telefonia Nokia. Julgamento Segundo o Conar, o prazo para o julgamento de primeira instância é de 30 a 40 dias, mas é possível entrar com recurso. Ainda que o anunciante recorra, a decisão deve ser cumprida imediatamente, não tendo o recurso efeito suspensivo. O órgão ressalta, no entanto, que faz recomendações e não tem poder de polícia para impô-las a uma companhia. No entanto, diz que suas decisões costumam ser sempre respeitadas por haver um consenso entre os veículos quanto à necessidade de cumprir as determinações. De acordo com o Conar, se os denunciados não acatarem a decisão, há a possibilidade de uma divulgação pública, ou seja, a publicação de um edital na imprensa informando o descumprimento da decisão. Nos últimos 14 anos, isso só ocorreu seis vezes. Procurada, a Sephora ainda não se manifestou sobre o conteúdo das denúncias. Do Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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