Em carta divulgada nesta sexta (14/4), há cobranças aos países desenvolvidos pelo preenchimento das ferramentas para coleta de informações sobre ações de mudanças climáticas
Uma declaração conjunta de comprometimento com as mudanças climáticas foi divulgada nesta sexta-feira (14/4) pelos governos brasileiro e chinês. No documento, eles se propuseram a realizar uma “ação urgente” para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em relação ao clima, conservação da natureza e erradicação da pobreza e da fome.
O documento cobrou os países desenvolvidos a assumirem a liderança tanto na diminuição das emissões de gases de efeito estufa, quanto no apoio, inclusive financeiro, para que os países em desenvolvimento façam suas transições.
“Brasil e China comprometem-se a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima, bem como esforços conjuntos para uma melhor governança global no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC)”, confirmaram em um trecho do documento.
A China detalha como continuará os esforços e progresso climático dentro dos seus territórios. “Nos comprometemos a ampliar, aprofundar e diversificar nossa cooperação bilateral em questões climáticas, em áreas como transição para uma economia global sustentável e de baixo carbono; cidades inteligentes; infraestrutura verde; desenvolvimento de indústrias verdes; energias renováveis, incluindo acesso e apoio a comunidades isoladas; mobilidade elétrica; inovação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes; e finanças e investimentos verdes”, descreveu o governo chinês.
Essa união, segundo o texto, irá além das duas nações e incluirá os parceiros dentro do Grupo dos 77, que é uma coalizão de nações em desenvolvimento com objetivo de promover interesses econômicos. A ordem é fortalecer o multilateralismo entre os países para obterem um modelo de cooperação climática coletiva, quebrando as chamadas barreiras verdes.
Efetivação de resultados
O documento reforça que os dois países estão comprometidos a levar melhores resultados para a próxima Conferência do Clima (COP28) e defenderam que o Estoque Global será uma ferramenta importante para a avaliação, identificação de lacunas de implementação no regime climático e base para a melhoria nas contribuições.
China e Brasil alertaram para a necessidade dos países desenvolvidos alimentarem as ferramentas de controle – Estoque Global e o 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (AR6) – de forma séria. Eles entendem que são esses resultados que ditarão as metas para as próximas rodadas de contribuições determinadas nacionalmente (NDCs).
Por fim, os países se mostraram abertos à mensagem deixada pela COP27, a qual defendeu que se institua um fundo de perdas e danos para países vulneráveis, que são os mais impactados pelos desastres climáticos, além da operacionalização de uma rede, prevista para ser instituída em 2025, que fornecerá assistência técnica e transferência de tecnologia para apoiar os países em desenvolvimento que enfrentam as emergências climáticas.
“Saudamos a mensagem política central da COP27, em particular a necessidade de meios de implementação para os países em desenvolvimento, em momento em que o Acordo de Paris está sendo implementado em conformidade com a melhor ciência disponível e com base na equidade e no princípio de responsabilidades comuns”, escreveram.
Histórico
A China é um dos países que atrai todas as atenções nas COPs, porque é a nação com maior registro de emissão de gases de efeito estufa do mundo. Há dois anos, na COP26, o país não propôs nenhuma mudança em suas metas climáticas, mas anunciou uma união com os Estados Unidos para “intensificar as ambições climáticas”.
No ano passado, o país apresentou um plano para controlar o metano e se comprometeu a fomentar novas tecnologias e mecanismos de financiamento para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/
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