BNB lucra R$ 326 mi no 1º semestre com alta de 63%

Nelson Antônio de Souza, presidente do BNB: "hoje, qualquer operação atrasada no Banco acima de 120 dias, ela é executada. Não tem perdão" FOTO: KIKO SILVA
Nelson Antônio de Souza, presidente do BNB: “hoje, qualquer operação atrasada no Banco acima de 120 dias, ela é executada. Não tem perdão”
FOTO: KIKO SILVA

Com alta no volume de crédito operacionalizado e maior rigor na execução de dívidas, o Banco do Nordeste (BNB) registrou lucro líquido de R$ 326 milhões no primeiro semestre deste ano – montante que representa incremento de 63% em relação a igual período de 2013. Os números foram divulgados ontem durante a apresentação do balanço financeiro da instituição.

Para o presidente do BNB, Nelson Antônio de Souza, o principal motivo para o aumento do lucro foi o controle maior que o Banco tem exercido sobre os atrasos no pagamento de dívidas. Segundo disse, as provisões de crédito – expectativas de perdas – caíram de R$ 787,5 milhões, no primeiro semestre de 2013, para R$ 400,6 milhões neste ano – queda de 49%.

“Hoje, qualquer operação atrasada no banco acima de 120 dias, ela é executada. Não tem perdão. Nós estamos cobrando com muita veemência. Entendemos que os recursos aplicados precisam voltar para retroalimentar o sistema”, afirmou Nelson de Souza, segundo quem o resultado do lucro líquido da instituição foi superior à expectativa inicial. As contratações de crédito no BNB somaram R$ 9,01 bilhões de janeiro a junho deste ano, através de 2,2 milhões de operações. Desse total, R$ 3,97 bilhões se referem a microfinanças, divididos entre operações com o Crediamigo e o Agroamigo. Já as micros e pequenas empresas responderam por R$ 1,95 bilhão do total. Atualmente, complementou, o Banco do Nordeste tem sido o operador exclusivo do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Entre os avanços alcançados pela instituição nos seis primeiros meses do ano, o presidente citou a maior agilidade no processo de crédito, que foi redimensionado e passou a atender com maior celeridade sobretudo as micros e pequenas empresas.

“Hoje, está muito rápido. O passo que está faltando agora é ter um sistema de tecnologia da informação para atender essa rapidez que estamos querendo”, apontou o presidente.

Nelson de Souza também informou que o Banco espera fechar o ano com lucro de R$ 777 milhões. “O volume de crédito no segundo semestre é bem maior”, indicou, acrescentando que o BNB também deve receber valores expressivos através da recuperação de dívidas. Ele citou o exemplo do Hotel Esplanada, que foi comprado recentemente pelo empresário cearense, Ivens Dias Branco. “Só em duas empresas que não estão aqui no balanço (devido ao pagamento ter sido realizado em julho último), recebemos R$ 100 milhões”, ilustrou.

Participação do Ceará

De acordo com o presidente do BNB, o Ceará, assim como em semestres anteriores, foi o estado que teve a maior participação no número de contratações e no volume operacionalizado pelo Banco. No Estado, foi contratado R$ 1,66 bilhões em operações de janeiro a junho, o que representou crescimento de 28,1% frente a 2013. O Crediamigo e o Agroamigo avançaram, respectivamente, 28% e 27%.

Renegociação para garantir operações de produtores

Mantendo o esforço para renegociar a dívida de produtores rurais que tiveram perdas expressivas com a estiagem que atinge a Região, o BNB tem hoje, como uma das principais metas, garantir que agricultores e pecuaristas prejudicados continuem clientes da instituição e realizem novas operações nos próximos anos. “Até carro de som nós estamos colocando para chamar os produtores (para procurar as agências)”, disse ontem o presidente do BNB, Nelson Antônio de Souza. Conforme destacou, embora o Banco esteja mais rigoroso na cobrança de dívidas, o controle maior é voltado para aqueles que não foram impactados pela seca, especialmente porque os produtores rurais que tiveram perdas estão resguardados pela lei 12.844, de 2013, e por resoluções que suspende a execução das dívidas. “Nosso interesse é que o produtor regularize a situação e volte a tomar o empréstimo”, frisou.

Mais agências

Souza ressaltou ontem, durante apresentação do balanço financeiro relativo ao primeiro semestre, que a instituição tem ampliado o número de agências em sua área de atuação.

A expectativa é que até dezembro o Banco totalize 308 agências, além de outras 25 unidades que se encontram sob estudo e serão encaminhadas para o conselho de administração do BNB. Ao todo, a instituição inaugurou 41 agências neste ano.

No Ceará, o número de unidades saltou de 31, no primeiro semestre de 2013, para 43 em junho último.

João Moura Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz

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